Rússia sofre as piores perdas de tanques desde o início da guerra
Uma atualização sobre a guerra, publicada no dia 4 de novembro, pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, revelou que Moscou perdeu cerca de 200 veículos blindados, desde que iniciou sua operação para capturar a cidade de Avdiivka, atualmente controlada pelas forças ucranianas.
As perdas da Rússia devem-se, provavelmente, a uma combinação de fatores, que incluía a “eficácia relativa das modernas armas anti-blindadas portáteis da Ucrânia, como minas, munições lançadas por veículos aéreos não tripulados e sistemas de artilharia de precisão”, diz o documento.
O Instituto para o Estudo da Guerra confirmou a notícia, ao observar que 197 veículos blindados russos foram perdidos ou danificados, desde 9 de outubro.
A Rússia perdeu 99 veículos blindados na primeira onda de ataques contra Avdiivka, entre 9 e 13 de outubro, e 94 na segunda onda, que ocorreu entre 14 e 23 de outubro, segundo o grupo.
Desde então, mais 4 tanques foram perdidos, enquanto pode haver até 18 outras perdas não confirmadas, que ocorreram de 24 a 31 de outubro.
“Podemos concluir agora que este é, de longe, o ataque russo mais dispendioso a uma cidade, desde o início da guerra”, disse George Barros, analista do Instituto para o Estudo da Guerra, ao Business Insider.
Moscou lançou a sua ofensiva para capturar Avdiivka em 10 de outubro, mas ganhou pouco território, até agora, e sofreu enormes baixas nos combates.
Grande parte da destruição dos tanques russos foi transmitida, em tempo real, por autoridades ucranianas e meios de comunicação.
“Destruímos muito do equipamento inimigo, por isso, agora, ele continua a avançar com a infantaria”, afirmou o porta-voz do Grupo Tavriisk de Ukriane, coronel Oleksandr Shtupun.
O coronel Shtupun afirmou que a Rússia estava a lançar “ataques a moedores de carne”, de acordo com a Newsweek, e acrescentou que as forças ucranianas destruíram mais de 300 peças de equipamento militar e mataram cerca de 3.000 soldados russos.
A Newsweek não conseguiu verificar as afirmações do coronel, mas o número de vítimas divulgado desde então não foi menor. No entanto, as perdas podem estar ligadas à destruição de centenas de veículos russos.
De acordo com o Ministério de Defesa do Reino Unido, as forças russas, provavelmente, mudaram para “ataques de infantaria desmontada”, em resposta à perda de tantos veículos.
“Tal como as ofensivas russas anteriores, os ataques de Avdiivka foram, frequentemente, caracterizados por avanços em terreno aberto, levando a perdas elevadas”, explica o documento britânico.
“É plausível que a Rússia tenha sofrido vários milhares de baixas de pessoal, na cidade, desde o início de outubro de 2023”, continuou a atualização do ministério. No entanto, as perdas não impediram a Rússia de prosseguir com a sua ofensiva.
“A liderança da Rússia continua a demonstrar vontade de aceitar pesadas perdas de pessoal em troca de ganhos territoriais marginais”, conclui o documento.
Em um artigo assinado por Carlotta Gall, no The New York Times, ela diz que Avdiivka é estrategicamente importante para Moscou. Se a Rússia capturasse a cidade, “empurraria as forças ucranianas para trás do limiar de Donetsk e abriria as principais rotas ferroviárias e rodoviárias para as forças russas na área”.
Além disso, Gall acrescentou que Avdiivka possui um valor político significativo para Vladimir Putin. A cidade tem resistido à captura desde 2014, pelo que a sua derrota “seria um grande golpe” para a Rússia, à medida que se aproxima o inverno.