Rússia sofre suas maiores perdas desde a batalha por Bakhmut

As baixas russas na Ucrânia aumentaram para seus níveis mais altos, em meses, de acordo com uma atualização recente do Ministério de Defesa do Reino Unido.

A inteligência britânica observou que as perdas de Moscou não haviam sido tão ruins desde o pico da campanha da Rússia para capturar a cidade de Bakhmut.

As lutas na linha de frente, na Ucrânia, intensificaram-se, desde que Kiev lançou sua tão esperada contraofensiva.

Em 18 de junho, o Estado-Maior das Forças Armadas Ucranianas anunciou que havia matado ou ferido 650 militares russos, em 24 horas.

O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, afirmou que suas Forças Armadas haviam causado  735 perdas à Ucrânia, de acordo com a Newsweek.

Ambos os lados têm sentido as consequências das batalhas em andamento no leste da Ucrânia. Entretanto, o país invadido poderia estar a levar a melhor sobre seus cansados oponentes russos.

“Nos últimos dias, combates pesados continuaram, sendo mais intenso no Oblast de Zaporizhzhia, oeste de do Oblast de Donetsk e em torno de Bakhmut”, relatou o Ministério da Defesa do Reino Unido, no dia 19 de junho.

“Em todas essas áreas, a Ucrânia continua a realizar operações ofensivas e fez pequenos avanços”, continua o órgão britânico.

O relatório afirma ainda que as forças russas no sul estavam a conduzir “operações defensivas relativamente eficazes”.

A batalha por Bakhmut foi a mais sangrenta da guerra, até agora. As estimativas dos Estados Unidos são de que houve 100 mil baixas, com cerca de 20 mil mortos, de acordo com a Associated Press.

Em 17 de junho, o Estado-Maior da Ucrânia afirmou que a Rússia perdeu 670 soldados nas batalhas da linha de frente e, em 19 de junho, 630 soldados.

"É muito difícil determinar as baixas em um conflito em andamento, pois ambos os lados tentarão manter os dados em segredo e aumentar o número de baixas adversárias", disse Marina Maron, pesquisadora de pós-doutorado de guerra do King's College London, à Newsweek.

Mais detalhes pôde dar o jornalista Quentin Sommerville, incorporado pela BBC News à 68ª Brigada Jaeger da Ucrânia, responsável por retomar a vila de Blahodatne.

“As tropas estão a lançar ataques de sondagem, enquanto a maioria das forças da Ucrânia tem se mantido na reserva, esperando por uma abertura grande o suficiente nas defesas russas para lançar um ataque principal e tentar recapturar terras no sul do país”, disse Quentin Sommerville.

E acrescentou: “Em sua tentativa de ampliar a linha de frent, seções da 68ª Brigada atacarão a leste de Blahodatne e Makarivka, através de campos minados e diretamente na linha de fogo russo”.

De acordo com o The Guardian, a Ucrânia já afirmou haver matado ou ferido 4.600 soldados russos até 18 de junho e esse número só aumentará à medida que mais forças de Kiev se comprometerem com a luta.