Sentir o gosto amargo pode ser um sinal de que você está doente

Sentir o sabor amargo pode ser um problema
O paladar e sua saúde
O experimento feito pelo Monell Center
Sabor amargo é um sistema de defesa
Alteração no paladar
Como ocorre esta aversão?
Dados muito claros
Resultado
Um processo biológico?
Por que isso acontece?
Implicações para os pacientes
O amargo pode ser evitado?
Bloqueadores do sabor amargo
A especialista explica:
Medicamentos com um sabor mais agradável
Maior qualidade de vida
Sentir o sabor amargo pode ser um problema

Se você sente o o gosto amargo com frequência, fique atento. De acordo com uma nova pesquisa do Monell Chemical Sense Center, isso pode ser um sinal de que há algo seriamente errado com sua saúde.

O paladar e sua saúde

Os pesquisadores descobriram os mecanismos envolvidos na complexa interação entre a percepção do paladar e a função imunológica.

 

O experimento feito pelo Monell Center

Para isso, foi feito um experimento, no qual alguns ratos tomaram um composto chamado lipopolissacarídeo, que produziu altos níveis de infeccção corporal, semelhante às infecções bacterianas.

Sabor amargo é um sistema de defesa

O sabor amargo, geralmente, causa certa aversão em humanos: trata-se de uma defesa do organismo contra substâncias potencialmente tóxicas. Mas, para esse estudo, a equipe explorou como a indução da inflamação afetaria a regulação genética desses receptores gustativos.

Foto: Hayes Potter / Unsplash

Alteração no paladar

Os pesquisadores notaram que os ratos que receberam a substância química inflamatória mostraram uma “aversão distinta e elevada a sabores amargos”, que não estava presente em ratos que não haviam sido tratados com o composto.

Como ocorre esta aversão?

Os pesquisadores decidiram investigar como acontecia o aumento na aversão ao sabor amargo e fizeram um experimento no sistema nervoso dos ratos.

Crédito da foto: Unsplash de Sandy Millar

Dados muito claros

"Nosso estudo apresentou dados muito claros que demonstram que essa é, na verdade, uma mudança em nível periférico, e não nas profundezas do cérebro", explicou a autora do estudo, Hong Wang.

Crédito da foto: Comunicado de imprensa do Monell Center

Resultado

Assim, o resultado confirmou que os genes das células gustativas controlam a distorção do gosto amargo, nesse tipo de inflamação.

Um processo biológico?

De fato, os camundongos mostraram uma preferência menor por sabores doces, durante a doença, além do fato de que a ingestão de açúcar pode deixá-los mais doentes. Neste sentiso, tudo indica que seja um comportamento protetor com base biológica ou evolutiva.

Por que isso acontece?

Os receptores de sabor amargo são codificados por genes conhecidos como Tas2r e seu papel é defender nossos corpos contra infecções bacterianas e parasitas em nossas bocas e intestinos, de acordo com o comunicado de imprensa.

Implicações para os pacientes

A investigação tem implicações importantes para os pacientes, de acordo com o comunicado de imprensa do Monell Center, que salientou que os sabores amargos podem afetar o apetite das pessoas e são uma das principais razões por que alguns pacientes não tomam a medicação prescrita.

O amargo pode ser evitado?

Mas é preciso driblar esta aversão. Além de ser desagradável, o gosto amargo na boca ou nos alimentos pode contribuir para a perda de apetite, um efeito associado a doenças simples, como o resfriado, e até mesmo a gripe ou o câncer.

 

Bloqueadores do sabor amargo

Wang explica: “O espectro de expressão do receptor do sabor amargo não é uniforme”. Por isso, este estudo é importante, já que, agora, permite criar bloqueadores do sabor amargo mais eficientes.

A especialista explica:

"Se quisermos analisar um bloqueador de amargor para um receptor gustativo individual, devemos considerar se é para depois de uma doença, durante uma doença ou qual dos genes do receptor gustativo é expresso de forma mais proeminente," disse Hong Wang.

Medicamentos com um sabor mais agradável

A ideia é que estes bloqueadores possam ser incluídos em medicamentos e outros produtos de saúde, aumentando a receptividade dos pacientes.

Maior qualidade de vida

Pode parecer apenas um detalhe, mas a rejeição por medicamentos ou a perda do apetite dificulta significatuvamente o tratamento de milhares de pacientes.

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