Seychelles, país com mais vacinados, vive onda de covid-19; entenda!
Mais de 60% da população das ilhas Seychelles, um lugar ensolarado do Oceano Índico, está vacinado contra a covid-19. Apesar disso, nas últimas semanas, houve um grande aumento no número de infecções.
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Este é o número que preocupa os cientistas: 37% das pessoas infectadas por covid-19 nas Seychelles, durante o surto ocorrido entre abril e maio de 2021, já haviam recebido as duas doses da vacina.
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O pico de contágios ultrapassou mil casos, no dia 13 de maio, mas, felizmente, a curva tem sido descendente desde então. Apesar da melhoria dos números, as Seychelles estão alertas e reforçaram as medidas de segurança e confinamento.
Há especialistas que apontam como causa a principal vacina que tem sido aplicada na população: a chinesa Sinopharm. Embora alguns duvidem de sua eficácia, o imunizante é usado em muitas partes do mundo e foi aprovado, oficialmente, pela Organização Mundial de Saúde.
Outra explicação para esta nova onda de contágios estaria relacionada às variantes indiana ou sul-africana, que poderiam ser capazes de esquivar a imunidade oferecida por qualquer vacina atual.
De qualquer forma, as autoridades sanitárias das Seychelles garantem que a vacinação tem funcionado, já que não foi uma explosão de casos graves.
Há outro fator a ser considerado. Seychelles está perto mas ainda não atingiu a "imunidade de rebanho" ou imunidade de grupo, que corresponde a 70% da população imunizada.
O caso das Seychelles é raro, porém preocupante, de acordo com a OMS. Trata-se de um pequeno país com cerca de 100 mil habitantes distribuídos em mais de 100 ilhas. De qualquer forma, é um exemplo atípico para tirar conclusões científicas precipitadas.
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As Seychelles podem dar pistas de como será o futuro: uma pandemia controlada, embora com a covid-19 ainda presente. O vírus vai se adaptar e tentar sobreviver, mas, pelo que já é possível ver, sem causar tantas mortes.
Já em Gibraltar, território britânico na Península Ibérica, 100% dos habitantes com idade adulta já foram vacinados. O que acontece na região pode indicar à ciência como as novas variantes de covid-19 reagem quando há imunidade de grupo.
Também está o caso do Brasil, onde chegou-se a afirmar que, na cidade de Manaus, a imunidade de grupo havia sido alcançada por contágio em massa. Entretanto, novas ondas de infecções têm provocado centenas de mortes, assim como no resto do país.
Várias restrições nas Seychelles continuam em vigor. O país quer recuperar a calma o mais rápido possível e enviar ao mundo uma mensagem de que é um destino seguro. Um arquipélago que vive do turismo não pode permitir que a pandemia se intensifique.
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Entre as informações fornecidas pelas autoridades de saúde das Seychelles, insiste-se em que a maioria das pessoas hospitalizadas tinha comorbidades, ou seja, o quadro não é o mesmo de antes das vacinas.
De qualquer forma, a própria evolução dos casos de covid-19 nestas pequenas ilhas e também na Índia demonstram que ainda não devemos baixar a guarda.
O que parece claro é que, devido à cultura mundial de permanente mobilidade (para negócios, turismo ou migração), a única forma de deter as ondas de covid-19 é vacinar toda a população do planeta, sem esquecer os países pobres.
A comunidade científica está convencida de que, se a imunização em massa avançar ainda mais, o pior da pandemia definitivamente ficará para trás e o sol nascerá novamente no paraíso.
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