Soldados norte-coreanos fogem de treinamento na Rússia e são capturados de volta

Tropas norte-coreanas enviadas para a Rússia
Ajuda à Rússia
18 soldados norte-coreanos tentaram desertar
Eles deixaram suas posições
Soldados ficaram sem comida
Eles foram encontrados dois dias depois
Dificuldades de integração
A realidade da guerra
Um exército inexperiente
Soldados não acostumados a combater
Equipamento envelhecido
Uma desilusão
Verdades e mentiras
Uma liberdade nunca conhecida
Mais liberdade na Rússia
Consciência que pode empurrá-los para o deserto
“Essa possibilidade deve estar em suas mentes”
“Bucha de canhão”
Um acordo entre Moscou e Pyongyang
Uma estratégia geopolítica
Pressão na Coreia do Sul
Tropas norte-coreanas enviadas para a Rússia

No dia 28 de outubro, o governo dos  Estados Unidos revelou que 10 mil norte-coreanos foram enviados para um campo de treinamento militar na Rússia.

Ajuda à Rússia

Posteriormente, estes soldados deveriam ser destacados para a linha de frente ucraniana, para ajudar as tropas russas.

18 soldados norte-coreanos tentaram desertar

Mas de acordo com a inteligência ucraniana, citada pelo The Kyiv Independent, as autoridades russas já prenderam 18 soldados norte-coreanos que tentavam abandonar as fileiras.

Eles deixaram suas posições

A mídia ucraniana relata que cerca de quarenta soldados norte-coreanos treinavam em uma área florestal na região russa de Kursk quando foram deixados para trás pelos seus instrutores.

Soldados ficaram sem comida

Sem comida ou instruções durante vários dias, alguns deles decidiram abandonar a tropa, sem permissão, no dia 14 de outubro.

Eles foram encontrados dois dias depois

Os 18 soldados teriam sido capturados, dois dias depois, pelas autoridades russas, a 60 quilômetros da sua posição inicial e a cerca de 7 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, especifica o The Kyiv Independent.

Dificuldades de integração

Este episódio diz muito sobre as dificuldades que os norte-coreanos poderão encontrar em sua integração às fileiras russas. Segundo especialistas militares entrevistados pela France24, isso poderá levar muitos soldados a abandonar a Rússia.

A realidade da guerra

Para além das barreiras linguísticas e culturais, os soldados norte-coreanos poderiam ser confrontados com a realidade da guerra.

Um exército inexperiente

Se o exército de Kim Jong-un é um dos maiores do mundo (1,2 milhões de soldados ativos e mais de 500 mil reservistas), na prática, é inexperiente.

Soldados não acostumados a combater

“A Coreia do Norte tem um dos maiores exércitos do mundo, mas não é um bom exército. Depende da massa e nenhum dos seus soldados é testado em combate”, explica Hugh Griffiths, especialista em Coreia do Norte na ONU, citado pela France24.

Equipamento envelhecido

Além do pessoal inexperiente, o equipamento militar da Coreia do Norte é obsoleto e data, principalmente, da era da Guerra Fria.

 

Uma desilusão

Enquanto a propaganda de Kim Jong-un retrata a Coreia do Norte como um país invencível contra o resto do mundo, os soldados norte-coreanos podem muito bem descobrir outra realidade no terreno, despertando neles um sentimento de desilusão ou de reconsideração.

Verdades e mentiras

Neste contato com a realidade, “eles encontrar-se-ão em situações em que serão capazes de distinguir a verdade das mentiras”, continua Hugh Griffiths.

Uma liberdade nunca conhecida

A descoberta de liberdades até então desconhecidas também poderia levar certos soldados norte-coreanos a abandonarem as fileiras do exército russo. “Eles não podem ficar isolados da mesma forma que em tempos de paz”, acredita o especialista.

Mais liberdade na Rússia

E continua: “Eles conhecerão russos que desfrutam de um padrão de vida um pouco mais elevado e que têm acesso a telefones celulares e redes sociais como o Telegram etc.”

Consciência que pode empurrá-los para o deserto

“Muitos norte-coreanos, da elite e não-elite, que decidiram desertar, começaram por observar que a visão do regime norte-coreano sobre o mundo exterior e a imagem que apresenta são francamente mentiras”, explica Edward Howell, autor de North Korea and the Ordem Nuclear Global e membro da Fundação para a Coreia no think tank Chatham House, citado pela France24.

“Essa possibilidade deve estar em suas mentes”

“Mesmo que estas jovens tropas, em conformidade com os ditames de Kim Jong-un, tenham sido escolhidas a dedo, as deserções não podem ser excluídas. Para muitos soldados, esta possibilidade deve estar a passar pelas suas mentes”, diz Edward Howell.

“Bucha de canhão”

Para o especialista da ONU Hugh Griffiths, na Rússia, “eles não serão bem tratados e serão usados como bucha de canhão”. E acrescenta: “Então perceberão que se trata de uma passagem só de ida, o que provavelmente gerará deserções e deserções”.

Um acordo entre Moscou e Pyongyang

Em junho de 2024, Vladimir Putin e Kim Jong-un assinaram um acordo que compromete a Coreia do Norte a apoiar a Rússia na invasão da Ucrânia em troca de transferências de tecnologia da Rússia para a Coreia do Norte. Este acordo prevê, em particular, “assistência mútua em caso de agressão contra uma parte do tratado”, especificou o chefe do Kremlin.

Uma estratégia geopolítica

Embora a Rússia precise reforçar a sua força militar, o recrutamento destes 10.000 norte-coreanos poderia servir um propósito completamente diferente para Vladimir Putin.

Pressão na Coreia do Sul

Com efeito, segundo Barthélémy Courmont, investigador do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS), a Rússia pretende “pressionar a Coreia do Sul”, um dos raros países asiáticos a impor-lhe sanções. Mais do que nunca, o investigador acredita que “o risco de escalada é grande (…) na península coreana”.

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