A suposta conspiração internacional que Maduro diz ter sofrido; entenda!
Nos últimos dias, três cidadãos americanos, dois espanhóis e um checo foram detidos na Venezuela. O motivo: uma suposta conspiração para assassinar o presidente Nicolás Maduro. Mas o que se sabe até agora sobre o caso?
Segundo Efecto Cocuyo, o suposto complô foi denunciado pelo ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz, Diosdado Cabello. Ele garantiu que estas três pessoas fazem parte de um grupo maior que não só queria assassinar Maduro mas também atacar outras autoridades.
Cabello acusou o serviço de inteligência espanhol de trabalhar em conjunto com a CIA para desestabilizar internamente a Venezuela.
“A CIA está liderando esta operação e isso não nos surpreende; no entanto, o Centro Nacional de Inteligência da Espanha manteve-se sempre discreto, sabendo que a CIA opera nesta área”, disse Cabello, segundo a BBC.
O ministro afirmou que os espanhóis detidos confessaram a sua relação com o suposto plano: "Eles procuravam trazer um grupo de mercenários com objetivos muito claros: assassinar o presidente Nicolás Maduro, a vice-presidente Delcy Rodríguez, eu e outro grupo de colegas que lideram o nosso partido e a nossa revolução".
Os Estados Unidos afirmaram que a CIA não tem conhecimento das denúncias feitas pelo representante venezuelano. Enquanto isso, a Espanha pediu à Venezuela informações "oficiais e verificadas" sobre os seus cidadãos detidos, conforme noticiado pelo El Nacional. O El País afirma que o país europeu nega “qualquer sugestão” de estar envolvido na suposta conspiração.
As famílias dos dois detidos espanhóis afirmam que ambos estavam de férias em território venezuelano. A embaixada espanhola em Caracas afirmou que “exercerá a proteção diplomática e consular dos seus nacionais”, conforme noticiou o El País.
A Comissão Europeia também se pronunciou sobre o assunto e pediu que a Venezuela ponha fim às “detenções arbitrárias”. Segundo o El Nacional, o porta-voz estrangeiro da comissão, Peter Stano, expressou a sua solidariedade para com os detidos espanhóis e checos. “É lamentável que o regime venezuelano tenha detido cidadãos europeus”, declarou Stano.
A situação entre Espanha e Venezuela complica-se a cada dia. A acusação de “conspiração” surge poucos dias depois de o candidato da oposição, Edmundo González, se refugiar em território espanhol e de a Câmara dos Deputados espanhola o ter reconhecido como o presidente eleito da Venezuela.
Dias depois, a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, chamou a Venezuela de “ditadura”. As declarações fizeram com que o país latino-americano chamasse sua embaixadora para consultas.
Finalmente, conforme noticiado pela Agência Venezuelana de Notícias, o ministro de Relações Exteriores, Yván Gil, reuniu-se com a embaixadora espanhola na Venezuela, Gladys Gutiérrez, para analisar a situação entre os dois países.
Em seu canal no Telegram, Gil afirmou que a consulta foi realizada para “definir as ações a seguir em defesa da soberania venezuelana”. Enquanto isso, Venezuela e Espanha continuam tentando evitar a deterioração das suas relações diplomáticas.