Técnicas de geoengenharia são consideradas para resfriar o planeta
A geoengenharia é caracterizada por intervenções em larga escala, neste caso, nos sistemas climáticos da Terra, com o propósito de mitigar os efeitos do aquecimento global, conforme definido pela Universidade de Princeton.
Esta tecnologia já existe e armazena quase 45 milhões de toneladas de CO2 por ano, limpando o ar poluído em torno de grandes centrais eléctricas ou industriais. Mas o custo de capturar CO2 do ar normal é menos eficiente e caro, por isso, o custo energético de sugar o carbono não vale a pena, neste momento.
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Adicionar nutrientes ao oceano estimula o crescimento do fitoplâncton, que absorve até 30 vezes mais CO2. Embora seja um método de remoção de carbono muito pesquisado, absorve CO2 por apenas 10 a 100 anos, com efeitos colaterais ambientais significativos, como o surgimento de zonas mortas, devido à proliferação de algas. Na revista Science, um especialista chamou isso de “loucura”.
Os espelhos espaciais são pensados para orbitar a Terra, refletindo a luz solar para longe do nosso planeta. O conceito foi testado com sucesso pelos russos, na década de 1990, mas o projeto foi posteriormente abandonado. Segundo a Rand Corporation, além da falta de preparação tecnológica, poderiam causar sombreamento regional, prejudicando a agricultura e o meio ambiente.
Imagem: Znamya-2 após sua implantação, 4 de fevereiro de 1993, RSC Energia via Wikimedia
Estes dispositivos poderiam ser usados para bombear água fria e rica em nutrientes para a superfície do oceano, o que poderia alterar os climas locais. Mas, como diz o Geoengineering Monitor, a tecnologia é "na melhor das hipóteses, não comprovada, podendo representar grandes ameaças ao ambiente marinho".
Imagem: Ressurgência e ressurgência artificiais © 2023 por Ocean Visions
Ao pulverizar partículas reflexivas na estratosfera, este método visa refletir a luz solar para longe da Terra, imitando o efeito das erupções vulcânicas. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas: "É o método de geoengenharia solar mais pesquisado, com grande consenso de que poderia limitar o aquecimento da Terra a menos de 1,5°C". A grande desvantagem é que teríamos de dizer adeus ao céu azul claro.
Esta abordagem envolve espalhar minerais finamente moídos sobre a terra para acelerar o processo natural de intemperismo, absorvendo CO2 do ar e armazenando-o em minerais. No entanto, o MIT alega que o custo seria muito elevado e o transporte das rochas e minerais consumiría tanta energia, que aumentariam as emissões de CO2, em vez de reduzí-las.
As árvores artificiais podem ser projetadas para capturar e armazenar CO2 do ar, 24 horas por dia. O CO2 capturado pode, então, ser armazenado ou utilizado em aplicações industriais. O problema? As árvores são do tamanho de contêineres e estima-se que seriam necessários 100 milhões de dólares para impedir o excesso de emissões, segundo a BBC. Do ponto de vista econômico, as àrvores naturais são mais eficientes.
Imagem: Tecnologia Inovadora/Youtube
Na Suíça, estão sendo testadas coberturas geotêxteis brancas para proteger as geleiras da radiação solar, mantendo a permeabilidade à água. A maior delas tem o tamanho de sete campos de futebol. O glaciologista Matthias Huss disse à Scientific American que essa abordagem pode ser viável em áreas de esqui ricas, mas não para cobrir geleiras em todo o mundo. Proteger todas as geleiras suíças, por exemplo, custaria 1,52 bilhão de dólares por ano (em escala americana).
O propósito desta técnica é incrementar a refletividade e prolongar a vida de certas nuvens, conforme indicado pela Universidade de Harvard. Apesar da relevância da pesquisa, o grupo ressalta que o estudo envolveria riscos associados aos padrões climáticos em larga escala e à meteorologia.
Ao introduzir minerais alcalinos nos oceanos, os cientistas especulam que os mares, que já possuem grande quantidade de carbono, poderiam armazenar mais CO2. A organização Ocean Visions sugere que o método poderia beneficiar as formas de vida marinha que enfrentam desafios devido à acidificação da água, embora sejam necessárias mais pesquisas sobre o impacto em outras espécies. Além disso, persiste a questão do custo.
Imagem: Aumento da alcalinidade do oceano © 2023 da Ocean Visions
Há também opções que ainda não foram testadas, como drenar ou congelar o leito, retenção de neve ou endurecimento das margens. Na Noruega, há experimentos de bombeamento de água do degelo de um glaciar para uma central hidroeléctrica.
Ao contrário do brilho das nuvens, este método teórico trata do afinamento das nuvens cirros, formadas na alta atmosfera: nuvens altas e frias de gelo que, em média, aquecem mais o clima do que o arrefecem. Embora esta ideia tenha sido mencionada pelo Painel Internacional sobre Alterações Climáticas (IPCC), os especialistas internacionais afirmaram que não há perquisa sufuciente sobre o método.
Um estudo de 2023, feito na Suécia e em Yale, nos EUA, descobriu que o uso de biochar, um tipo de carvão feito com o aquecimento de restos de matéria orgânica, pode aumentar a qualidade do solo e remover CO2 do ar, que ficaria armazenado no solo. No entanto, segundo o Geoengineering Monitor, os efeitos a longo prazo ainda não foram suficientemente estudados.
Alguns cientistas defendem que, apesar dos riscos, esses projetos serão essenciais para enfrentar o aquecimento global. Em 2023, o pesquisador climático James Hansen afirmou que apenas diminuir as emissões não seria suficiente para evitar uma catástrofe climática.
“Como cientista do clima, meu pior pesadelo é a expansão contínua dos combustíveis fósseis aliada ao uso da geoengenharia solar. Isso seria o fim do jogo para a civilização humana e grande parte da vida na Terra", disse Peter Kalmus, cientista climático da NASA, ao The Guardian.
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