Temido piloto estadunidense de caças F-16 está pronto para lutar pela Ucrânia

Dan “Two Dogs” Hampton pilotou, com sucesso, caças em 151 missões de combate, algumas delas na Guerra do Golfo, na Guerra do Kosovo e na Guerra do Iraque. Agora, ele se oferece para lutar pela Ucrânia, se for necessário, de acordo com uma entrevista recente concedida à Voice of America.

“Eu mesmo irei, podem contar comigo”, disse o tenente-coronel aposentado, enquanto argumentava sobre como o caça F-16 poderia mudar a guerra na Ucrânia.

Foto da Força Aérea dos EUA, uso pessoal, https://en.wikipedia.org/wiki/File:Dan_Hampton_-_pilot.jpg

“Eu diria que o F-16 pode fazer uma grande diferença na guerra, mas também depende dos pilotos” continuou.

Dan “Two Dogs” Hampton não é contra os pilotos ucranianos pilotarem o F-16, nos céus do campo de batalha. Ele está preocupado com a capacidade de adaptação deles ao caça moderno.

“Eles são ótimos pilotos”, explicou Hampton, “mas este é um tipo de caça muito diferente do que estão acostumados. E eles seriam os primeiros a admitirem [isso].”

“Acho que leva algum tempo para treinar, acostumar-se e dominar um novo tipo de aeronave, especialmente uma tão avançada quanto o F-16”, acrescentou Hampton.

Discussões entre autoridades de alto escalão sobre o envio de caças F-16 para a Ucrânia estão em andamento, há meses. Os Estados Unidos e seus aliados tentam andar na linha tênue de fornecer armas ao país invadido, a fim de garantir que se faça o melhor uso delas.

Em janeiro, o presidente estadunidense Joe Biden sinalizou que não estava disposto a enviar os caças avançados para a Ucrânia, depois de que os repórteres o pressionaram sobre a questão.

Mas nem todos os políticos de seu governo estão de acordo, como ficou claro, em meados de março de 2023.

Um grupo bipartidário de oito senadores expressaram sua posição em uma carta a Biden: “Depois de falar com líderes americanos, ucranianos e estrangeiros que trabalham para apoiar a Ucrânia na Conferência de Segurança de Munique no mês passado, acreditamos que os EUA precisam pensar no fornecimento de aeronaves F-16 para a Ucrânia”.

“Esta seria uma capacidade significativa que poderia mudar o jogo no campo de batalha”, acrescentaram os senadores, citados pelo Politico.

Em fevereiro, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, divergiu da política dos Estados Unidos. Ele ofereceu treinamento a pilotos ucranianos em caças da OTAN, algo que será crítico se as nações ocidentais, eventualmente, decidirem enviá-los para a Ucrânia.

Os pilotos ucranianos receberam em média 40-50 horas de treinamento em seus cockpits, de acordo com Dan Hampton, enquanto ele diz haver passado trezentas horas por ano apenas treinando.

"Somos muito bons no que fazemos. Acho que, para que o F-16 ou qualquer caça moderno seja importante para a Força Aérea Ucraniana, eles terão que jogar fora o antigo sistema soviético ou russo”, disse o piloto.

A chave para o sucesso dos pilotos ucranianos, de acordo com Hampton, será “agir como a OTAN, o Ocidente e os Estados Unidos, se quiserem usar nossas aeronaves de maneira eficaz”.

A manutenção do F-16 é outra questão que preocupa Hampton: “Não digo que é tudo, mas é muito importante quando se trata de manter uma aeronave em um ambiente de combate em oposição a um ambiente de paz”.