Saiba que metrópole vibrante tornou-se uma cidade solitária!
Toronto é frequentemente considerada uma metrópole vibrante e próspera, sobretodo, a solidão na maior cidade do Canadá piorou, desde a pandemia do covid-19, e uma crise está a caminho.
Pelo menos é o que garante o Relatório Anual dos Sinais Vitais de Toronto, divulgado pela Fundação de Toronto, que tem monitorado questões de qualidade de vida na cidade, há quase vinte anos. O documento diz que nunca houve um ano tão preocupante como 2023.
Crédito da foto: Twitter @TorontoFdn
O relatório analisou informações de 4 mil habitantes de Toronto e descobriu que 37% das pessoas que vivem na cidade sentem-se sozinhas, durante três a quatro dias por semana.
Foto de Sandro Schuh no Unsplash
Francine Kopun, do Toronto Star, observou que, com estes dados em mãos, sabe-se que Toronto abriga os adultos mais solitários do país, acima de qualquer outra grande cidade do Canadá.
O número de residentes em Toronto que relataram ter seis ou mais amigos próximos na cidade diminuiu 20%, em relação aos dados da pesquisa de 2013 a 2018. Quando comparado aos dados da pesquisa de 2018 a 2022, a redução é de impressionantes 28%.
Foto de Rachael Annabelle no Unsplash
Ainda mais preocupantes foi a descoberta sobre o número de parentes próximos dos cidadãos. As pessoas que vivem com seis ou mais familiares próximos, em Toronto, diminuíram 11%, em 2023, quando comparados com os dados de 2013 a 2018. Já se compararmos com o período de 2018 a 2022, a redução foi de 10%.
Foto de Dan Newman no Unsplash
Uma parcela significativa dos residentes de Toronto disse não ter parentes (8%), nem amigos próximos (8%). O número de pessoas que não tem em quem confiar é grande e não há dúvidas de que Toronto é uma cidade solitária.
Foto de Devin Avery no Unsplash
Uma possível razão para a crescente epidemia da solidão em Toronto pode ser a atmosfera da pós-pandemia da metrópole. As coisas não têm sido as mesmas, desde que houve o isolamento social, observou o relatório.
“Desde a pandemia, os residentes de Toronto interagem e fazem menos voluntariado. Há um declínio de, pelo menos, uma década com respeito a doações e laços sociais, colocando cada vez mais pressão sobre o tecido social e o setor sem fins lucrativos”, informou o relatório.
Sharon Avery, CEO da Fundação Toronto, disse: "Acho que todos nós pensávamos que, assim que o confinamento terminasse, veríamos uma melhora, mas, na verdade, as coisas pioraram".
No resumo executivo do Relatório dos Sinais Vitais de Toronto, os autores apontaram que 50% dos adultos pesquisados disseram que se sentiam deprimidos, pelo menos, uma vez por semana.
Esta depressão pode estar ligada a questões financeiras e a uma falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, reveladas no relatório. Quase um quarto (22%) dos trabalhadores sente-se esgotado com frequência, enquanto 42% sente-se esgotado, de vez em quando.
Quase um quarto dos inquiridos (22%) também afirmou que comia menos alimentos devido a preocupações financeiras, enquanto 27% das pessoas afirmaram que enfrentavam elevados níveis de discriminação, semanalmente.
Foto de Jason Goodman no Unsplash
Metade dos residentes de Toronto também está preocupada com o fato de eles próprios ou um membro da família terem um emprego em tempo integral e 33% dos entrevistados disseram que a renda familiar era insuficiente para suas necessidades na cidade.
Foto de Tim Gouw no Unsplash
“Acho que é fundamental chamarmos a atenção para a atual situação. Devemos concentrar-nos não apenas em soar os alarmes, mas em impulsionar uma ação”, disse Joanne McKiernan, diretora executiva do Volunteer Toronto, à CTV News.
Um dos principais pontos do relatório da Fundação Toronto foi propor uma solução para ajudar a acabar com a crise de solidão. O relatório conclamou todos os moradores de Toronto a redefinir seu envolvimento com os bairros e as instituições da cidade.
Foto de Matt Quinn no Unsplash
"O tecido conjuntivo de todas as questões somos todos nós: o relacionamento que temos uns com os outros e com nossas instituições. Quando fraco, prejudica o progresso em praticamente tudo", disse Avery, à CP24.
Foto de Nathalia Segato no Unsplash