Trem Maia inaugurado do México trará progresso ou um ecocídio?

Um projeto polêmico
Primeira viagem: 15 de dezembro
Milhões de árvores derrubadas
Reserva Calakmul: lar da onça
Movimento das onças
Danos aos cenotes
Perigo de colapso
Acusação de ecocídio e etnocídio
V i o l a ç ã o dos direitos da natureza e do povo maia
A organização culpou o Estado mexicano
Quase 3.000 pessoas deslocadas
Quase um milhão de novos empregos
Novas zonas arqueológicas, museus e hotéis
Conectar estados em situação de pobreza com enclaves turísticos
A economia da região já cresceu
Referendo mostrou apoio da maioria
Traduções erradas?
Falhas no processo de consulta segundo a ONU
Progresso ou ecocídio?
Abertura parcial e primeira viagem com passageiros
Três tipos de trens
Um projeto polêmico
Desde o início de sua construção, em dezembro de 2018, no México, o Trem Maia foi alvo de polêmicas e proteções legais que atrasaram sua conclusão.
Primeira viagem: 15 de dezembro

No entanto, o governo de López Obrador conseguiu inaugurá-lo no dia 15 de dezembro, com uma viagem de Campeche a Cancún, segundo seu site oficial.

Milhões de árvores derrubadas
A Riviera Maya, por onde passa o trem, é a maior selva da América depois da Amazônia e os 1.525 quilômetros de trilhos do trem resultaram na derrubada de 3,4 milhões de árvores, segundo o governo mexicano. Alguns ambientalistas sugerem que o número real esteja próximo de 10 milhões, conforme relatado pelo The Guardian.
Reserva Calakmul: lar da onça
Neste sentido, acadêmicos, cientistas e ambientalistas mostraram especial preocupação com a reserva da biosfera de Calakmul, considerada patrimônio mundial pela ONU. A região é lar de diversas espécies, algumas em perigo de extinção, como a onça-pintada.
Movimento das onças
O fundador do Jaguar Wildlife Center, Raúl Padilla, disse à BBC que, a construção das vias do trem causou um aumento no número de mortes de onças nas estradas, já que tiveram que sair de seu habitat em busca de presas em outros locais.
Foto: Chuttersnap/Unsplash
Danos aos cenotes
Outra grande preocupação foram os danos aos cenotes (cavernas subterrâneas interligadas) que fazem parte do aquífero maia, um dos maiores do mundo e principal fonte de água potável da Península de Yucatán.
Foto: Carlos Nakazato/Unsplash
Perigo de colapso

Os ativistas apontaram o perigo de desabamento deste labirinto subterrâneo, não só durante a construção do trem, mas também devido às vibrações que causará quando começar a funcionar, segundo a BBC.

Acusação de ecocídio e etnocídio
Em julho de 2023, o Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza determinou que o projeto do Trem Maia é um ecocídio e um etnocídio, conforme relatado pela Infobae.
V i o l a ç ã o dos direitos da natureza e do povo maia

“O veredito do Tribunal destaca a v i o l a ç ã o dos direitos da natureza e dos direitos bioculturais do povo maia, que foram e continuam a ser guardiões do seu território”, afirmou o relatório do caso.

A organização culpou o Estado mexicano
A organização internacional, criada por cidadãos para investigar e divulgar v i o l a ç õ e s dos direitos ambientais, responsabilizou o Estado mexicano.
Quase 3.000 pessoas deslocadas

Estima-se também que a construção fez com que quase 3.000 pessoas que viviam no seu percurso fossem deslocadas, segundo o The Guardian. Por outro lado, muitos dos residentes da zona estiveram a favor do projeto.

Quase um milhão de novos empregos

Isso porque, de acordo com um estudo publicado em 2020, pela ONU-Habitat, o projeto poderá criar quase um milhão de novos empregos e ajudar a tirar 1,1 milhões de pessoas da pobreza até 2030.

Novas zonas arqueológicas, museus e hotéis

O projeto inclui também a abertura de duas novas zonas arqueológicas em Quintana Roo, bem como a construção de museus e seis hotéis na zona, segundo a BBC. A Organização Mundial do Turismo disse que o trem trará visitantes à região.

Foto: trenmaya.gob.mx

Conectar estados em situação de pobreza com enclaves turísticos
O Trem Maia passa por alguns dos estados com maior índice de pobreza, como Chiapa, onde se espera melhorar a comunicação em áreas com infraestrutura limitada e unir essas regiões com enclaves turísticos como a Riviera Maia e Cancún.
Foto: trenmaya.gob.mx
A economia da região já cresceu
O Indicador Trimestral de Atividade Econômica Regional mostrou que o sul-sudeste mexicano se tornou a região que mais cresceu, durante o segundo trimestre de 2023: um 6%; o dobro da média do resto do país.
Foto: Tanja Cotoaga/Unsplash
Referendo mostrou apoio da maioria
Em um referendo realizado pelo governo mexicano em 2019, quase 90% dos habitantes dos estados afetados votaram a favor da construção do Trem Maia.
Traduções erradas?
Aqueles que se opuseram observaram que os residentes locais não foram devidamente informados sobre o impacto ambiental do trem, já que muitos pontos do projeto não foram devidamente traduzidos para as línguas indígenas locais, relata o The Guardian.
Foto: Jimmy Salazar/Unsplash
Falhas no processo de consulta segundo a ONU
Além disso, o escritório mexicano do alto comissário da ONU para os direitos humanos determinou que o processo de consulta do governo era falho, de acordo com a AP.
Progresso ou ecocídio?
Para alguns, o Trem Maia significa progresso e para outros, um ecocídio. De qualquer forma, a batalha contra a construção do Trem Maia foi perdida e  substituída pela expectativa dos mexicanos de ver como funcionará.
Abertura parcial e primeira viagem com passageiros
A primeira rota com passageiros foi programada para o dia 16 de dezembro de 2023, embora ainda não opere em todo o seu percurso. O Trem Maia passa por cinco estados: Chiapas, Tabasco, Campeche, Quintana Roo e Yucatán.
Foto: trenmaya.gob.mx
Três tipos de trens

As passagens podem ser compradas no site oficial do Trem Maia e têm preços diferenciados, de acordo com a duração da viagem. Existem três tipos de trens: regulares, com restaurante e de longa distância; este último equipado com cabines.

Foto: trenmaya.gob.mx

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