Tudo o que se sabe sobre a tentativa de assassinato do primeiro-ministro da Eslováquia
A tentativa de assassinato do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, na última quarta-feira, felizmente, não evoluiu a uma situação pior. Tudo indica que o político já não corre perigo, apesar de haver sido baleado, vários vezes, à queima-roupa.
Segundo a BBC, o Ministro do Ambiente da República Eslovaca e vice-primeiro-ministro do país, Tomas Taraba, disse à agência de notícias que a cirurgia do Sr. Fico correu "bem" e que, ele "sobreviverá".
Os acontecimentos que chocaram o mundo tiveram lugar em Handlova, uma cidade situada a cerca de 200 quilômetros de Bratislava, onde se realizou um conselho de ministros, após o qual Robert Fico foi cumprimentar os cidadãos.
Foi então que um dos cidadãos aglomerados gritou: “Robo (Robert), aproxima-te” e, quando o primeiro-ministro assim o fez, o criminoso disparou quatro ou cinco tiros contra ele, segundo o diário eslovaco Dennik N.
Robert Fico, de 59 anos, foi ferido no abdômen, pernas e braços, segundo os referidos meios de comunicação. Ele chegou em estado crítico no Hospital Roosevelt de Banská Bystrica, onde o operaram durante várias horas.
Um comunicado do Governo indicou, pouco tempo depois, que as próximas 24-48 horas iam ser decisivas para conhecer a evolução do estado de saúde de Robert Fico.
O ministro da Defesa, Robert Kalinak, confirmou o estado "extremamente grave" de Robert Fico, numa entrevista coletiva. Ele disse confiar "na boa constituição do primeiro-ministro e na medicina moderna" para sua recuperação.
O agressor foi rapidamente detido e identificado como Juraj Cintula, de 71 anos. Ele é portador de licença de porte de arma, por haver trabalhado como segurança, segundo a imprensa eslovaca.
O primeiro-ministro eleito, Peter Pellegrini, que tomará posse em 15 de junho, afirmou estar horrorizado por "saber aonde o ódio político pode levar".
Conforme destacado pela BBC, a tentativa de assassinato do líder eslovaco ocorreu no mesmo dia em que o parlamento do país estava prestes a discutir uma proposta governamental para eliminar a emissora pública RTVS.
A proposta tem sido muito impopular entre os cidadãos eslovacos que, nas últimas semanas, saíram às ruas para protestar. Uma manifestação liderada pela oposição foi cancelad, em 15 de maio, quando a notícia do tiroteio chegou ao público.
Numa entrevista à BBC, o vice-primeiro-ministro Taraba disse que as "narrativas falsas" dos partidos da oposição na Eslováquia foram as culpadas pelo tiroteio.
“O nosso primeiro-ministro mencionou, várias vezes, no passado, que tinha medo de que isto acontecesse”, disse Taraba noutra entrevista ao programa World Tonight da BBC.
E acrescentou: “O governo foi atacado por narrativas falsas que podem superaquecer a reação das pessoas e levar a algo assim”.
Robert Fico, chefe de uma coligação populista-nacionalista, regressou à liderança na Eslováquia após as eleições de setembro de 2023. Seus primeiros meses no governo foram repletos de controvérsia inclusive na União Europeia.
Em janeiro deste ano, Fico cancelou a ajuda militar à Ucrânia e depois fez pressão para se livrar da RTVS, desagradando a opinião pública.