A misteriosa nave espacial americana que já realizou sete missões secretas
Desde a última vez que foi lançado em órbita, no dia 28 de dezembro de 2023, pela Força Espacial dos EUA, o avançado e misterioso avião espacial X-37B não voltou à Terra.
O Veículo de Teste Orbital X-37B é um veículo espacial não tripulado e reutilizável desenvolvido para ajudar os Estados Unidos a explorar “tecnologia de veículos reutilizáveis que dão suporte a objetivos espaciais de longo prazo”, de acordo com a Boeing, fabricante da espaçonave.
Projetada para operar em órbita baixa da Terra, a X-37B pode ser a nave espacial de reentrada mais avançada do mundo, no momento. Parece uma cópia exata do US Space Shuttle (Ônibus Espacial dos EUA), mas é um veículo muito mais avançado.
Desde 2010, o X-37B já realizou sete missões diferentes, incluindo a mais recente que envolve o Veículo de Teste Orbital 7 (OTV-7).
Crédito da foto: Wiki Commons Por NASA/Marshall Space Flight Center, Domínio Público
“Embora a natureza exata de suas missões permaneça desconhecida, foi confirmado que o X-37B conduz pesquisas experimentais, como o estudo dos efeitos da radiação espacial em vários materiais, incluindo sementes”, explicou Tom Howarth, da Newsweek.
Crédito da foto: Wiki Commons Por Força Aérea dos EUA, Domínio Público
Pouco se sabe sobre o que o X-37B tem feito agora, mas um comunicado de imprensa da Força Espacial dos EUA em outubro de 2024 relatou que o OTV-7 executaria uma série de novas manobras chamadas aerofrenagem.
Crédito da foto: Wiki Commons Por US Space Force/Staff Sgt. Adam Shanks, Domínio público
De acordo com o The National Interest, aerofrenagem é uma manobra que permite que uma nave espacial use a atmosfera de um planeta para desacelerar e alterar sua órbita enquanto conserva seu combustível. A técnica é bastante revolucionária.
Crédito da foto: Wiki Commons Por NASA/JPL/Corby Waste, Domínio Público
“Esta manobra inédita do X-37B é um marco incrivelmente importante para a Força Espacial dos Estados Unidos, à medida que buscamos expandir nossa aptidão e capacidade de atuar neste domínio desafiador”, explicou o Chefe de Operações Espaciais da Força Espacial dos EUA, B. Chance Saltzman, na declaração.
A revista Smithsonian observou que as informações divulgadas pela Força Espacial dos EUA, em outubro de 2024, foram uma rara visão das operações secretas do grupo governamental e do programa X-37B.
Crédito da foto: Wiki Commons Por Giuseppe De Chiara 1968, Trabalho próprio, CC BY-SA 3.0
“A manobra de aerofrenagem recentemente descrita permite que o avião espacial X-37B mude sua órbita usando o arrasto atmosférico da Terra — o atrito causado por moléculas na atmosfera”, explicou Margherita Bassi, da Smithsonian Magazine.
Normalmente, qualquer nave espacial que queira alterar sua órbita precisaria usar propulsores para fazer isso. No entanto, isso consome propelente e só pode ser feito algumas vezes antes que os propulsores da nave fiquem sem combustível. É aqui que a aerofrenagem pode mudar o jogo.
"Quando fazemos a frenagem aerodinâmica, utilizamos o arrasto atmosférico para efetivamente diminuir nosso apogeu, uma passagem de cada vez, até chegarmos ao regime orbital em que queremos estar", explicou o engenheiro da Boeing John Ealy em um vídeo publicado pela empresa aeroespacial no X em 1º de novembro de 2024.
Crédito da foto: X @BoeingSpace
"Quando fazemos isso, economizamos enormes quantidades de propelente, e é por isso que a aerofrenagem é importante", acrescentou Ealy.
Crédito da foto: X @BoeingSpace
De acordo com a Newsweek, a economia de combustível que a aerofrenagem poderia proporcionar, em futuras naves espaciais, poderia ampliar sua capacidade de operar no espaço sem queimar a quantidade normalmente maior de combustível associada aos ajustes orbitais.
O fato é que o X-37B tem feito muitas descobertas interessantes, algumas das quais já foram compartilhadas com o público.
"As missões X-37B têm avançado continuamente as capacidades espaciais da nossa nação ao testar novas tecnologias que reduzem riscos e informam nossas futuras arquiteturas espaciais", explicou Holly Murphy, diretora do programa do Grupo de Sistemas Experimentais da Boeing, no vídeo X publicado pela Boeing Space.
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