Assim funcionam as vacinas transmissíveis que podem nos salvar
Em um estudo publicado na Science, em 2024, pesquisadores sugeriram imunizar animais selvagens para proteger a vida de humanos.
Isso porque cerca de 60% das infecções que atingem os humanos têm origem em animais, incluindo a covid-19, o ebola e o HIV.
Outros dois exemplos bem conhecidos de doenças que tiveram origem em animais e se espalharam para humanos são a gripe aviária e a gripe suína.
“Existe um número enorme de vírus, e não tem como a população humana ter anticorpos para todos eles", explicou Maria Vitória de Moraes, médica veterinária especialista em vírus em morcegos da Mata Atlântica (Brasil), citada pela revista Super Interessante.
Inicialmente, cada tipo de vírus contamina apenas uma determinada espécie. Mas, com o tempo, as mutações genéticas fazem com que possam contagiar outras populações.
Assim, a ideia dos pesquisadores é bloquear a evolução de certos vírus, evitando que passem a infectar humanos.
Além disso, a vacina pode proteger diversas espécies de animais, incluindo algumas em risco de extinção.
Mas vacinar animais não é uma tarefa fácil, especialmente se queremos atingir a proteção de rabanho. Selecionar e vacinar todos os individuos de uma espécie selvagem não seria praticável.
Para imunizar uma espécie em larga escala e evitar que um vírus se reproduza e sofra mutações que ameacem os humanos, seria preciso inovar com as vacinas autotransmissíveis.
Nesse caso, vacinar apenas alguns animais da espécie seria suficiente, pois, com o tempo, a vacina se espalharia naturalmente.
A tecnologia por trás desse processo envolve o uso de um vírus inofensivo que já circula entre os animais. Isso é o que vai garantir que, logo, a vacina se espalhe para outros indivíduos.
Em laboratório, seria inserido um fragmento do vírus causador da doença, suficiente para ativar o sistema imunológico do animal, sem que ele fique doente.
Assim, ao devolver o animal vacinado para seu habitat, ele irá transmitir a vacina aos outros, como uma rede de imunização coletiva, protegendo a toda a população.
Foto: Unsplash - Kenrick Baksh
Segundo a Super Interessante, na Universidade de Plymouth, Inglaterra, cientistas trabalham no desenvolvimento de uma vacina transmissível para combater o vírus de Lassa, transmitido por roedores e causador da febre de Lassa em humanos, um tipo de ferbre hemorrágica viral aguda.
Na Universidade de Glasgow, também na Inglaterra, pesquisadores desenvolvem uma vacina contra a raiva, projetada para se espalhar entre morcegos. Ambas as doenças afetam principalmente humanos após o contato com animais, relatou o mesmo meio de comunicação.
As vacinas transmissíveis representam uma inovação promissora, capaz de controlar surtos em populações animais e, indiretamente, proteger a saúde humana.
Siga-nos aqui e verá, a cada dia, conteúdos que lhe interessam!
Veja mais!
Mais populares

