A verdade sobre os incêndios atuais no Brasil
As piores queimadas da história do Brasil têm deixado autoridades em alerta e gerado um forte debate no país sobre crimes ambientais e crise climática.
De acordo com o MapBiomas, em agosto de 2024, a área queimada no Brasil aumentou 149% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, chegando a 5,65 milhões de hectares, o equivalente à extensão total do estado da Paraíba.
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Além da seca, que ajuda a alastrar o fogo, especialistas apontam ações criminosas por trás deste desastre.
"O que acontece neste momento é que o clima extremo encontrou o crime extremo, e esse crime continua atuando impunemente, principalmente na Amazônia”, afirmou Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, citado pelo jornal O Globo.
Em setembro, a situação piorou, já que, entre os dias 12 e 13, o Brasil foi responsável por 71,9% de todas as queimadas ocorridas na América do Sul.
Nestes dois dias, foram registrados 7.322 focos de incêndio, segundo informações do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), relatou a Agência Brasil.
Segundo a mesma agência, a Polícia Federal (PF) indica que existem sinais de que uma parte dos incêndios florestais no país pode ter sido provocado intencionalmente.
Em São Paulo, a Polícia Federal já encontrou indícios de uma ação coordenada, informou O Globo.
Os 52 inquéritos conduzidos atualmente pela PF buscam identificar os responsáveis e verificar se os incêndios estão ligados a outros crimes, como lavagem de dinheiro e participação em organizações criminosas, relatou O Globo.
Os crimes ambientais são a terceira atividade criminosa mais lucrativa mundialmente, gerando até 280 bilhões de dólares (em escala americana) por ano, de acordo com um estudo do Instituto Igarapé.
"Grande parte dos incêndios observados em São Paulo teve início em áreas agrícolas, principalmente nas plantações de cana-de-açúcar, que foram as áreas mais afetadas do estado", disse Natália Crusco, coordenadora da equipe da Mata Atlântica do MapBiomas, citada pelo site UOL.
Desde o início do ano, o Brasil contabilizou 180.137 focos de incêndio, representando 50,6% de todos os incêndios na América do Sul. Esse número é 108% superior ao registrado no mesmo período de 2023, informou a Agência Brasil.
Com isso, a qualidade do ar piorou em diversas regiões do país. Em Brasília e em São Paulo, por exemplo, os cidadãos presenciaram um céu com névoa espessa, formada pelo clima seco com a fumaça das queimadas.
Em Sorocaba, 2.527 pacientes procuraram unidades de saúde com sintomas respiratórios na primeira semana de setembro, um aumento de 73% em relação ao ano passado, relatou O Globo.
Em 15 de setembro de 2024, manifestantes realizaram um protesto na Avenida Paulista, no centro de São Paulo, contra as queimadas e a crise climática no Brasil, além de pedir pela reforma agrária.
O Ministério da Saúde recomenda aumentar a ingestão de água para manter as membranas respiratórias úmidas e reduzir o tempo de exposição à fumaça, permanecendo em casa, se possível, com portas e janelas fechadas.
“Não é hora de brincar, de andar de bicicleta, de pular corda. Para os idosos, a mesma questão: não é o momento de sair pra fazer atividades que não sejam estritamente necessárias", disse Agnes Soares, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, citada pela Agência Brasil.
E continuou: "Se precisar sair, use proteção, como máscaras, para reduzir o contato com partículas nas vias respiratórias”.
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