Volkswagen sofre processo por trabalho escravo no Brasil na década de 1980
Uma subsidiária brasileira da Volkswagen, com sede em Wolfsburg, enfrenta um grave processo judicial, acusada de submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão em uma fábrica na Amazônia nas décadas de 1970 e 1980.
A subsidiária da VW, fundada em 1953 sob o nome de Volkswagen do Brasil, também possuía uma empresa agrícola subcontratada, chamada Fazenda Volkswagen.
O agronegócio, uma fazenda de gado fundada na década de 1970, foi a tentativa da Volkswagen de entrar no mercado brasileiro de carnes. Segundo o jornal Bild, foi apoiado pela ditadura militar brasileira da época.
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Naquela época, cerca de 300 funcionários trabalhavam em uma área de 1.400 quilômetros quadrados, cujas condições de trabalho são atualmente alvo de investigação pelo Ministério Público.
O Ministério Público do Trabalho do Brasil entrou com uma ação civil, solicitando o valor de 25,87 milhões de euros.
Na fábrica, teriam prevalecido condições características de trabalho escravo moderno, com seguranças armados que impediam que os trabalhadores deixassem o local.
Segundo o jornal Bild, o promotor Rafael Garcia Rodrigues afirmou que prevaleciam "condições análogas à escravidão", caracterizadas por "horários exaustivos, condições de trabalho humilhantes e servidão por dívidas".
Isso configuraria "graves violações dos direitos humanos", afirmou Rodrigues, destacando que isso pode ser comprovado por depoimentos e documentos.
Em entrevista à ARD, Rodrigues afirmou que os trabalhadores só podiam deixar a fazenda após o pagamento dos contratantes, que, na realidade, eram traficantes de pessoas.
A audiência judicial está prevista para fevereiro de 2025. A Volkswagen rejeitou a proposta de um acordo extrajudicial.
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