Zelensky revela as vezes que Putin tentou matá-lo

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou, em uma entrevista recente ao The Sun, a quantidade de vezes que Vladimir Putin tentou assassiná-lo.

O presidente Zelensky disse que foram pelo menos cinco ou seis tentativas, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Entretanto, Zelensky injetou um pouco de leveza na conversa, quando começou a comparar os muitos atentados fracassados contra sua vida com o risco cada vez menor de pegar covid-19.

“O primeiro é muito interessante, depois disso é como a covid”, explicou Zelensky, de acordo com uma transcrição de seus comentários publicada pela NBC News.

O combativo líder explicou:" As pessoas não sabem o que fazer com estas ameaças e parece muito assustador". Ele não deu detalhes de como tudo aconteceu.

Entretanto, o The Sun informou que um grupo de forças especiais russas havia saltado de paraquedas em Kiev, no primeiro dia da guerra, com ordens para matar Zelensky.

Os seguranças do presidente ucraniano isolaram o seu gabinete com barricadas, e foi neste clima caótico que Zelensky acabou por receber uma oferta para sair de Kiev. Como resposta, Zelensky pronunciou sua agora famosa frase: “Preciso de munição, não de carona”.

Já o conselheiro de Zelensky, Mykhailo Podolyak, disse ao Ukrainska Pravda, em março de 2022, queo presidente ucraniano havia sofrido 10 atentados contra sua vida, em total.

Na mesma entrevista ao The Sun, Zelensky mencionou o plano mais recente da Rússia para tirá-lo do poder, uma operação que ele diz chamar-se de Maidan 3.

“O objetivo é mudar o presidente. Talvez não seja matando. Eles usarão todos os instrumentos que tiverem", continuou.

Esta não foi a primeira vez que Zelensky falou, publicamente, sobre o plano Maidan 3, da Rússia. Para a Bloomberg, em 16 de novembro, ele explicou o que era.

A ideia de Moscou, nesta operação, seria semear a divisão e o caos na sociedade ucraniana, com o objetivo final de que Zelensky fosse removido do poder. Estas informações, segundo o presidente ucraniano, vieram dos “parceiros” da Ucrânia.

No entanto, Kiev tem sido muito mais bem sucedida em fomentar o caos na Rússia, ao garantir que assassinou figuras importantes do país.

Quando questionado sobre o assunto, Zelensky disse: “Não posso discutir quaisquer operações especiais da inteligência ucraniana ou do Serviço Secreto ou de algumas forças especiais”.

E continuou: “Não só dentro da Rússia, há coisas que não estamos a discutir nos nossos territórios temporariamente ocupados”.

O The Sun também perguntou a Zelensky se ele mataria Putin se tivesse oportunidade, ao que Zelensky simplesmente afirmou: “Isso é guerra, e temos todos os direitos para defender a nossa terra”.

O Kremlin respondeu aos comentários de Zelensky, logo após sua entrevista haver sido publicada. O secretário de imprensa, Dmitry Peskov, explicou que houve muitas "tentativas verbais contra a vida de Putin, muitas vezes por parte da Ucrânia", de acordo com a Newsweek.

“Estamos bem cientes disso. E eles não terão sucesso em nada. Não temos dúvidas de que todas as metas e objetivos da operação militar especial serão alcançados”, concluiu Peskov.

Starkey, jornalista do The Sun responsável de entrevistar Zelensky, e o presidente ucraniano discutiram ainda outros tópicos, incluindo os atrasos na ajuda ocidental, o conflito em Gaza e o caso das crianças ucranianas deportadas para a Rússia.

Em julho de 2023, Zelensky disse à CNN que as ameaças contra sua vida não o incomodavam: “Serei honesto com você, se eu pensasse nisso constantemente, simplesmente me fecharia, muito parecido com Putin agora, que não sai de seu bunker”.

“Você pode se colocar em uma gaiola como um animal e acorrentar-se lá, pensando constantemente que está prestes a ser morto”, acrescentou Zelensky. “É claro que meus guarda-costas deveriam pensar em como evitar que isso aconteça, é a tarefa deles. Eu não penso sobre isso.”