Zelensky sugere razões por trás da invasão do território russo
Em 18 de agosto, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deu a entender os motivos pelos quais Kiev decidiu atacar a região de Kursk, na Rússia.
"Agora, nossa principal tarefa nas operações defensivas em geral é destruir o máximo possível do potencial de guerra russo e conduzir o máximo de ações contraofensivas", explicou em seu discurso.
"Isso inclui a criação de uma zona tampão no território do agressor, com nossa operação no Oblast de Kursk", continuou Zelensky, de acordo com o The Kyiv Independent.
E acrescentou: “As próximas semanas serão cruciais para nossos esforços diplomáticos com vários parceiros na Europa, América e Sul Global”.
"Nós já expandimos e continuaremos a expandir o círculo daqueles que apoiam um fim justo para esta guerra. É essencial que a Ucrânia entre neste outono ainda mais forte do que antes", concluiu Zelensky.
Não está claro se invadir o território russo foi a escolha certa para a Ucrânia, neste momento do conflito, mas a medida abalou meses de vitórias para a Rússia.
A Rússia tem tido a iniciativa na guerra desde que a contraofensiva da Ucrânia no verão (do hemisfério norte) de 2023 falhou. Moscou capturou a cidade fortaleza de Avdiivka, fez ganhos no leste da Ucrânia e, agora, ameaça as principais cidades de Chasiv Yar e Pokrovsk.
A Ucrânia pode ter optado por lançar uma invasão a Kursk como um meio de retardar o progresso russo em outras partes do campo de batalha, ou como uma potencial apropriação de terras que poderia ser trocada por território em uma futura paz, mas as razões permanecem obscuras, mesmo que o ataque tenha sido um sucesso até agora.
Para Olga Tokariuk, especialista do think tank Chatham House, a operação em Kursk, de fato, elevou o moral ucraniano, melhorou a futura posição de negociação da Ucrânia e trouxe a guerra para a Rússia.
No entanto, a operação tem seus riscos. Tokariuk observou que a Rússia está a levar soldados de outras frentes para a região invadida, o que poderia comprometer a capacidade da Ucrânia de manter o território que capturou.
De acordo com Zelensky, em seu discurso de 19 de agosto, a Ucrânia controlava, já em 6 de agosto, 92 assentamentos russos em Kursk e um total de 1.250 quilômetros quadrados.
"Esta operação tornou-se nosso maior investimento no processo de libertação de ucranianos do cativeiro russo. Já capturamos o maior número de prisioneiros russos em uma operação", escreveu Zelenksy no Telegram.
Além do mais, existe a probabilidade de a Ucrânia tomar mais terras, nos próximos dias. As forças do país destruíram três pontes importantes sobre o Rio Seym, colocando as tropas que defendiam a área em uma posição difícil.
Um grupo de soldados russos tem protegido um bolsão de território entre o Rio Seym e a fronteira com a Ucrânia e, agora, correm o risco de serem cercados por tropas ucranianas, de acordo com o New York Times.
Crédito da foto: Captura de tela de X @Osinttechnical
“O território inclui a cidade de Glushkovo, com uma população antes da incursão de cerca de 5.000”, informou o The New York Times.
“Glushkovo é visto como um provável próximo objetivo depois que as tropas ucranianas ganharam o controle da cidade russa de Sudzha na semana passada”, continuou o artigo do New York Times.
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