A assustadora ameaça de Putin a Boris Johnson, segundo ex-primeiro ministro britânico
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que o líder russo Vladimir Putin o ameaçou com um ataque de míssil, dois dias antes da invasão à Ucrânia.
A revelação foi feita durante uma entrevista para a série documental da BBC, “Putin versus o Ocidente”, que examina as relações entre o presidente russo e outros líderes mundiais, durante seu governo de vinte anos na Rússia.
Segundo o ex-primeiro-ministro, Putin, em um telefonema, havia dito: "Boris, não quero machucá-lo, mas, com um míssil, levaria apenas um minuto ou algo assim. "
"Mas acho que pelo tom muito relaxado que ele adotou, o tipo de ar de distanciamento que ele parecia ter, ele estava apenas brincando com minhas tentativas de fazê-lo negociar", disse Boris Johnson.
Como sabemos agora, Putin não estava disposto a negociar com Johnson e, mais tarde, invadiu a Ucrânia na tentativa de conseguir ampliar seu território, entre outros motivos.
Johnson disse ainda, na entrevista para a BBC que, em sua conversa com Putin, ele alertou de que uma invasão da Ucrânia levaria a Rússia a enfrentar grandes sanções do Ocidente e tropas da OTAN na fronteira.
Johnson, aparentemente, também teria tentado persuadir Putin, oferecendo a concessão de que a Ucrânia não teria permissão para ingressar na OTAN.
Na mesma conversa, Johnson teria alertado Putin de que uma invasão da Ucrânia seria uma “catástrofe total”.
Entretanto, o Kremlin negou qualquer alegação de que Putin houvesse ameaçado Boris Johnson com um ataque de míssil, chamando-a de “mentira”.
"Não houve ameaças de mísseis", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres, recentemente.
"Ou é uma mentira deliberada - então é preciso perguntar ao Sr. Johnson por que ele escolheu falar isso - ou foi uma mentira inconsciente, por não haver entendido o que Putin dizia", acrescentou Peskov, segundo a Sky News.
Peskov ofereceu outra versão da história, de acordo com a Sky News. Putin teria explicado a Johnson sobre o perigo de a Ucrânia juntar-se à OTAN. Esta possibilidade permitiria, segundo ele, que mísseis da aliança militar pudessem atingir a Rússia em questão de minutos.
"Se foi assim (referindo-se à versão de Johnson) que esta passagem foi entendida, então é uma situação muito embaraçosa", acrescentou Peskov.
Boris Johnson foi um dos mais fervorosos e primeiros apoiadores de Kiev, depois que Putin iniciou sua invasão na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
“Sob a liderança de Johnson, até o final de junho, o Reino Unido havia comprometido mais de US$ 4,5 bilhões em ajuda militar e econômica à Ucrânia”, escreveu Dov Zakheim, no The Hill, “perdendo apenas para os Estados Unidos no apoio a Kiev".
Mesmo após a renúncia de Johnson ao cargo, ele continuou a apoiar a Ucrânia em sua luta contra a Rússia. A última vez foi quando visitou o país invadido, no dia 22 de janeiro.