"A casa dos horrores": o terrível caso da família Turpin
Antes de janeiro de 2018, ninguém nunca havia ouvido falar da família Turpin. No entanto, naquele ano, David e Louise Turpin, pais de 13 crianças, ficaram conhecidos por serem responsáveis de a b u s a r, durante anos, de cada uma delas.
O mundo ficou horrorizado quando o caso da família Turpin veio à tona. Seus 13 filhos tinham, na época, idades entre 2 e 29 anos.
Imagem: captura de tela ABC News Nightline, YouTube
As crianças Turpin poderiam nunca haver sido salvas se não fosse por uma delas haver escapado bravamente de sua casa, que era, praticamente, uma prisão.
Imagem: captura de tela ABC News Nightline, YouTube
Em janeiro de 2018, a filha de 17 anos de David e Louise, Jordan Turpin, estava farta dos maus tratos de seus pais a si mesma e a seus irmãos.
Foto: Instagram@jordan_turpin
A corajosa adolescente pulou uma janela da casa onde morava com a família, na Califórnia, para ligar para o 911, serviço de urgência dos Estados Unidos.
Segundo a CNN, Jordan Turpin planejou a fuga durante mais de dois anos. Ela conseguiu pegar um celular desativado que encontrou em casa e o usou para pedir ajuda.
Foto: Instagram@jordan_turpin
De acordo com a ABC News, Jordan Turpin ligou para o 911 e disse à pessoa do outro lado da linha que a polícia precisava vir e salvar seus irmãos: "Acabei de fugir de casa. Temos pais a b u s a d o r e s".
Quando o atendente do 911 perguntou a Jordan Turpin sobre o a b u s o a que seus pais submetiam as crianças, a jovem deu detalhes assustadores.
"Eles nos batem. Eles gostam de nos jogar pela sala. Eles arrancam nossos cabelos. Minhas duas irmãzinhas, agora, estão acorrentadas", disse Turpin.
Foto: screenshot, 60 Minutes Australia, YouTube
Felizmente, o atendente do 911 conseguiu rastrear a localização do celular que Jordan usava. Após uma ligação de 22 minutos, um policial chegou à casa da família Turpin.
De acordo com a ABC News, menos de duas horas depois da ligação de Jordan Turpin ao 911, seus pais foram presos.
Não demorou para a história chegar à mídia. Os Estados Unidos e o mundo tomaram conhecimento sobre as terríveis condições de vida das crianças Turpin.
Foto: Captura de tela, ABC News, YouTube
O promotor distrital de Riverside Country, Mike Hestrin, disse à CNN que o caso Turpin foi um dos “piores e mais agravados casos de abuso infantil" que havia visto.
A mídia logo apelidou a casa dos Turpin, localizada em Perris, Califórnia, de "casa dos horrores". Muitos ficaram chocados em como essa família conseguiu passar despercebida por tanto tempo.
David e Louise Turpin criaram seus filhos em um ambiente altamente controlado e a b u s i v o. As crianças raramente tinham permissão para sair e eram, supostamente, "educadas em casa", ou seja, não iam à escola.
As autoridades disseram que as crianças mal tinham conhecimento do mundo exterior, não sabiam o que era remédio, eram alimentadas apenas uma vez por dia e tinham direito a um banho por ano.
Foto: screenshot, 60 Minutes Australia, YouTube
Segundo contou à CNN o promotor distrital do caso, Mike Hestrin, as crianças Turpin, às vezes, eram amarradas por “semanas ou até meses”.
Vários dos 13 filhos de David e Louise Turpin viveram assim por décadas e os resultados em sua saúde foram devastadores.
Foto: screenshot, 60 Minutes Australia, YouTube
De acordo com uma reportagem da CNN, os policiais que entraram pela primeira vez na casa dos Turpin encontraram as crianças tão desnutridas que nem perceberam que uma delas era, na verdade, uma mulher de 29 anos.
A filha mais velha de David e Louise estava tão desnutrida que parecia uma criança, seu crescimento era atrofiado e ela pesava apenas 37 quilos.
A polícia afirmou ainda que os tapetes da casa estavam cobertos de f e z e s, pois os pais nem permitiam que seus filhos usassem o banheiro.
Foto: screenshot ABC, 20/20, YouTube
Após sua libertação, as crianças Turpin receberam cuidados e aconselhamento. As menores foram enviadas para viver com famílias adotivas. Vários dos filhos de Turpin testemunharam no tribunal contra seus pais.
A CNN informou que um dos filhos de David e Louise Turpin, identificado como John Doe Número 2, disse ao tribunal: "Não consigo descrever em palavras o que passamos enquanto crescia. Às vezes ainda tenho pesadelos com coisas que aconteceram, como meus irmãos sendo acorrentados ou espancados."
Felizmente, um ano após a ousada fuga de Jordan, houve justiça para as crianças Turpin. O tribunal condenou David e Louise Turpin a 25 anos de prisão perpétua. Eles se declararam culpados.
Louise Turpin começou a chorar depois de ser sentenciada. Ela pediu desculpas à família: "Sinto muito por tudo que fiz para machucar meus filhos. Eu os amo mais do que eles jamais poderiam imaginar."
David Turpin também se desculpou, mas parecia menos disposto a reconhecer verdadeiramente a gravidade de seus crimes, dizendo: "Agradeço a Deus por todos os meus filhos. Lamento se fiz algo para prejudicá-los".
Antes de sentenciar David e Louise Turpin, o juiz Bernard Schwartz dirigiu-se aos réus, conforme relatado pela CNN: "As vidas destas crianças foram permanentemente alteradas e sua capacidade de aprender, crescer e prosperar. Se eles prosperarem não será por causa de vocês dois, mas apesar de vocês dois."