Alerta pelo aumento de casos de coqueluche (tosse convulsa) na Europa
Apesar de ter sido quase erradicada, graças às vacinas, as estatísticas recentes revelaram um aumento preocupante. Nos primeiros três meses de 2024, cinco bebês morreram de coqueluche na Grã-Bretanha e quatro na Holanda.
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O estudo do Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) relatou 25.130 ocorrências em 2023 contra 32.037 entre janeiro e março de 2024.
Na Alemanha ainda não foi registrada nenhuma morte, mas houve um aumento acentuado no número de infecções. O Instituto Robert Koch (RKI) notificou 4.180 casos, quase três vezes o número total de 2023.
Em Portugal, o número de pessoas atingidas pela tosse convulsa aumentou de 22, em 2023, para 200, nos primeiros quatro meses de 2024, informou a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Foto: Unsplash - Saeed Karimi
A maioria dos casos ocorreu em crianças entre 10 e 13 anos e em bebês com menos de um ano de idade.
No Brasil, no início da década de 1980, eram notificados mais de 40 mil casos anuais. Porém, a partir de 1995, esse número diminuiu, devido à vacina.
Foto: Unsplash - Larm Rmah
Já em 2011, observou-se um aumento súbito de casos de coqueluche. O pico foi em 2014, quando foram registrados mais de 22 mil casos.
Desde 2015, tem-se observado uma redução no número de pessoas infectadas. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, a incidência da doença diminuiu de 4,2 por 100 mil habitantes em 2014 para 0,1, em 2023. Em 2021, 2022 e 2023 foram confirmados 159, 244 e 214 casos de coqueluche, respectivamente.
De acordo com o órgão alemão Instituto Robert Koch, na Europa, existem várias razões para o atual aumento dos casos de tosse convulsa. Um fator essencial é o denominado "efeito de recuperação", que ocorreu após a pandemia de covid-19.
Durante a pandemia, muitas pessoas tiveram menos contato com o patógeno da tosse convulsa, devido às medidas de proteção. Isso resultou na construção de menos imunidade natural. Além disso, algumas vacinações de rotina foram adiadas ou não realizadas.
Outra razão pode ser a alteração do comportamento diagnóstico. Desde a pandemia de covid-19, os métodos de teste PCR tornaram-se mais amplamente utilizados, resultando em um diagnóstico mais preciso e frequente da tosse convulsa.
A doença progride em três estágios. O inicial é semelhante a um resfriado com coriza e dura até duas semanas. Logo aparece uma tosse mais forte, com ataques violentos, que podem provocar vômitos ou falta de ar.
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Depois disso, vem o período de recuperação: a tosse diminui lentamente, mas pode durar vários meses.
A coqueluche é especialmente perigosa para bebês e crianças pequenas. Com seu sistema imunológico frágil e vias aéreas estreitas, eles são mais vulneráveis a complicações severas, como pneumonia, infecções no ouvido médio, convulsões e até pausas respiratórias, que podem ser fatais.
Aproximadamente 1% dos bebês afetados com menos de seis meses morrem da doença. Esses bebês tendem a "esquecer" de respirar entre os ataques de tosse, o que pode levar ao sufocamento.
Por isso, é fundamental manter a vacinação em dia, incluindo os adultos, que devem ter as suas vacinas atualizadas regularmente, especialmente quem têm contato próximo com crianças ou trabalham em serviços de saúde.
As mulheres grávidas devem ser vacinadas algumas semanas antes do nascimento do bebê. Isso ajuda a protegê-lo nas primeiras semanas de vida, antes de ele próprio poder ser vacinado.
Dado o aumento significativo de casos da doença, é importante levar a vacinação a sério e completar os reforços recomendados. A proteção ativa proporcionada pela vacina é a melhor maneira de conter a tosse convulsa.
Além disso, é crucial aumentar a conscientização sobre os sintomas e a progressão da doença para possibilitar o diagnóstico e tratamento precoces.
Se não for detectada a tempo, a coqueluche pode ter consequências graves, principalmente para as crianças mais novas. Portanto, se houver suspeita, consulte um médico imediatamente.
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