Ártico pode ficar sem gelo antes do esperado e estas serão as consequências
Um estudo divulgado por cientistas da Universidade do Colorado sugere que o Ártico poderá experimentar períodos sem gelo muito mais cedo do que se previa anteriormente.
Publicado na revista Nature Reviews Earth & Environment, confirma os drásticos efeitos das mudanças climáticas no Ártico.
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As primeiras condições sem gelo no Ártico poderiam ocorrer antes de 2030, e mais dias nesta condição seriam inevitáveis até 2050.
Quando os pesquisadores mencionam condições sem gelo no Ártico, não se referem a uma completa ausência de gelo na região. Significa que o nível de gelo ficaria abaixo de um determinado limite pré-estabelecido.
Segundo a CBS News, os cientistas consideram que uma região do oceano está livre de gelo quando contém menos de um milhão de quilômetros quadrados congelados. Embora possa parecer uma quantidade substancial, na realidade, não é tão grande assim.
"Isso representa uma enorme redução do volume de gelo em relação ao que era há apenas algumas décadas", diz um artigo da Euronews, assinado por Lottie Lamb.
Os pesquisadores previram que, até meados do século, o oceano poderia ficar, pela primeira vez, um mês sem gelo flutuante.
A maior probabilidade é que isso ocorra em agosto ou setembro, época em que a região registra a menor quantidade de cobertura de gelo.
No final do século, o Ártico poderá enfrentar sua primeira temporada sem gelo, que durará vários meses, dependendo das futuras emissões de gases de efeito estufa, informou a Universidade do Colorado.
"É crucial prever quando poderemos observar as primeiras regiões sem gelo no Ártico, que serão identificadas, diariamente, por satélite", afirmou Alexandria Jahn, autora principal do estudo.
Jahn também ressaltou que as emissões de gases de efeito estufa são o principal impulsionador da redução de gelo. Além disso, a falta de gelo faz com que a luz solar seja absorvida pelo ambiente, em vez de refletida, levando a um aumento ainda maior da perda de gelo no Ártico.
A iminente perda de gelo não apenas acarretará uma série de desafios para a vida selvagem do Ártico, como também pode representar um grande risco para as comunidades costeiras. Jahn explicou que o gelo desempenha um papel importante ao amortecer a força das ondas, ao longo das regiões costeiras.
À medida que o gelo do Ártico diminui, as ondas aumentam, o que, por sua vez, provoca mais erosão costeira. Este futuro já é inevitável, mas a humanidade ainda pode escolher até que ponto sofrerá com a perda de gelo do Ártico.
Seguindo a trajetória atual de emissões de gases, o Ártico poderá ficar sem gelo desde o final do verão até o início do outono. No entanto, se as emissões forem mais elevadas, a ausência de gelo no Ártico pode durar até nove meses, em um ano
"Essa transformação converteria o Ártico em um ambiente totalmente diferente, substituindo sua típica tonalidade branca por tons de azul, durante o verão. Portanto, embora as condições sem gelo sejam inevitáveis, é crucial mantermos nossas emissões o mais baixo possível, para evitar períodos prolongados sem gelo”, disse Jahn.
A boa notícia é que a situação pode ser revertida. “Diferentemente da camada de gelo da Groenlândia, que levou milhares de anos para se formar, mesmo que todo o gelo marinho do Ártico derreta, se encontrarmos meios para remover o CO2 da atmosfera, revertendo o aquecimento global, o gelo marinho poderá retornar, em apenas uma década”, explicou Jahn.
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