Potencial colapso da 'Geleira do Fim do Mundo' pode ser catastrófico
A Geleira Thwaites encontra-se na Antártica, cerca de 30 quilômetros ao sul do Monte Murphy, e ocupa uma área equivalente à da Índia.
Recebeu o apelido de geleira do Fim do Mundo ou geleira do Juízo Final, devido ao perigo que representa, no contexto do aquecimento global. Se continuar a derreter na velocidade atual, pode causar mudanças drásticas a nível mundial.
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Foto: Unsplash - Paul Summers
“Thwaites é o único local na Antártida que tem o potencial de despejar uma enorme quantidade de água no oceano, nas próximas décadas”, disse o especialista, Sridhar Anandakrishnan, da Universidade Estadual da Pensilvânia, ao Mashable, em 2021.
Foto: British Antarctic Survey (BAS) - Robert Larter
Em 2010, Anandakrishnan já havia reconhecido que a geleira Thwaites estava a derreter de uma forma que não era mais compensada por seu crescimento durante o inverno.
Foto: British Antarctic Survey (BAS) - David Vaughan
Recentemente, dois estudos, realizados por pesquisadores do British Antarctic Survey (BAS) e publicados pela revista Nature, corroboraram a situação. Apontam que a água quente começa a penetrar nos pontos mais vulneráveis dessa geleira, devido ao aumento global das temperaturas.
Foto: British Antarctic Survey (BAS) - David Vaughan
“Thwaites pode já ter entrado em um estado de perda de gelo rápida e irreversível. Seu colapso completo, em séculos, contribuiria a um aumento de 65 cm do nível global do mar”, diz o estudo. Mas os problemas não parariam por aí.
De acordo com os estudos, se a geleira Thwaites entrar em colapso, arrastaria parte do manto de gelo da Antártica Ocidental, causando um cenário absolutamente catastrófico.
Neste caso, o nível do mar poderia subir até três metros, o que implicaria o desaparecimento de cidades, ilhas, países e muitas zonas costeiras.
Foto: British Antarctic Survey (BAS)
Além disso, os terrenos agrícolas inundados pelo mar seriam inutilizados pela elevada concentração de sal na água.
Para certificar-se da situação da Geleira do Fim do Mundo, os cientistas exploraram diferentes pontos dela.
Foto: British Antarctic Survey (BAS) - David Vaughan
Um primeiro grupo de pesquisadores perfurou mais de meio quilômetro abaixo da linha de aterramento da geleira.
Foto: British Antarctic Survey (BAS)
Assim, conseguiram verificar a temperatura do oceano, a salinidade, a taxa e a velocidade do degelo. Enquanto isso, outra equipe investigou a área inferior da geleira, graças a um veículo subaquático.
Foto: British Antarctic Survey (BAS) - Filip Stedt
A surpresa veio quando descobriram que a água sob a geleira Thwaites era muito quente para a área em que estava localizada, pois chegava a 2,5º.
Foto: British Antarctic Survey (BAS) - Britney Schmidt
O pior é que essa água derretida acaba nas rachaduras basais da geleira Thwaites, áreas também afetadas pelo sal do oceano que acelera o derretimento do gelo.
Em 2021, um grupo de cientistas da The International Thwaites Glacier Collaboration apresentou uma pesquisa ainda mais preocupante.
“Usamos dados de satélite, radar de penetração no solo e medições de GPS. Os dados sugerem que o colapso final da última plataforma de gelo da geleira Thwaites pode ser iniciado pela [interseção] de fendas com zonas ocultas de fendas basais, em menos de 5 anos”, apontou o estudo.
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Foto: Unsplash - Paul Summers