As decisões extremas de Zelensky para erradicar a corrupção na Ucrânia

Decreto para extinguir a corrupção
Certificados de inaptidão militar serão revisados
Corrupção generalizada no recrutamento
Documentos falsos eram vendidos a recrutas
Ucrânia quer se libertar do seu passado
Demissões em janeiro
“É necessário”
Figuras-chave destituídas
Shapovalov nega acusações
A renúncia de Kyrylo Tymoshenko
Outras ações anticorrupção
Chefes corruptos substituídos por bravos guerreiros
Cinismo e suborno
Pedido ao Parlamento
Zelensky quer equiparar corrupção com traição em tempos de guerra
Justiça da maneira certa
A renúncia de Oleksii Reznikov
Uma mudança de abordagem
Visando um futuro na UE e OTAN
Decreto para extinguir a corrupção

Em meio a diversas iniciativas contundentes para extinguir a corrupção na Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky lançou, no dia 12 de setembro, um importante decreto.

Certificados de inaptidão militar serão revisados

O documento exige a revisão, nos próximos três meses, de todas as decisões tomadas pelos comissários médicos militares sobre a emissão de certificados de deficiência ou inaptidão para o serviço militar, desde o início da invasão do país, de acordo com o Kyiv Independent.

Crédito da foto: Wiki Commons

Corrupção generalizada no recrutamento

O decreto surge após agências de aplicação da lei descobrirem que funcionários de todo o país ajudaram alguns indivíduos a obterem documentos médicos falsos.

Documentos falsos eram vendidos a recrutas

Pessoas em idade de recrutamento potencialmente viáveis foram registradas como deficientes ou inaptas para o serviço militar. Segundo o The Kyiv Independent, os documentos foram obtidos através de meios financeiros.

Ucrânia quer se libertar do seu passado

Zelensky e os seus conselheiros trabalham para transformar o país numa moderna democracia liberal ocidental, governada pelo Estado de direito, e não pelos princípios do seu antigo passado soviético.

Demissões em janeiro

Em janeiro, Zelensky já havia feito um grande esforço para resolver o problema de corrupção da Ucrânia. Depois de um crescente escândalo relativo à aquisição de material de guerra, ele despediu vários membros importantes do seu governo.

“É necessário”

“É justo, é necessário para a nossa defesa, e ajuda a nossa aproximação com as instituições europeias”, explicou Zelenskhy sobre sua decisão, de acordo com uma tradução do Financial Times.

Crédito da foto: Wiki Commons

Figuras-chave destituídas

Foram demitidos ou renunciaram: o vice-ministro de Defesa da Ucrânia, Viacheslav Shapovalov; o Procurador-Geral Adjunto, Oleksii Symonenko; os Vice-Ministros do Desenvolvimento Regional, Viacheslav Nehoda e Ivan Lukerya, e o vice-ministro de Política Social, Vitalii Muzychenko.

Shapovalov nega acusações

O vice-ministro de Defesa, Shapovalov, era responsável pela logística e abastecimento das Forças Armadas ucranianas, de acordo com o site do ministério, e, na sua carta de demissão, ele alegou que as acusações contra ele eram “infundadas”.

"Manipulações infudadas"

“Devido ao grande clamor público, que foi, em grande parte, provocado por manipulações infundadas em torno da questão do abastecimento das Forças Armadas da Ucrânia, há riscos de desestabilizar este processo”, dizia a carta de Shapovalov .

"Inaceitável"

“Isto é inaceitável durante a guerra com a Rússia. Nesta situação, a prioridade é garantir o trabalho estável do Ministério de Defesa da Ucrânia e criar condições para inspeções transparentes e imparciais, por parte das autoridades policiais e outros órgãos autorizados”, acrescenta o ex-vice-ministro.

A renúncia de Kyrylo Tymoshenko

Até mesmo aliados do círculo mais próximo de Zelensky foram implicados nas investigações. O vice-chefe do Estado-Maior, Kyrylo Tymoshenko, anunciou sua renúncia, depois de ser descoberto que ele usava um veículo destinado a fins humanitários para viagens de negócios, informou a CNN.

Foto: Wiki Commons

Outras ações anticorrupção

A grande mudança governamental de Zelensky incluiu, inclusive, a prisão, por suspeita de apropriação indébita e outros crimes financeiros, do multimilionário ucraniano Ihor Kolomoisky, que financiou a campanha do presidente ucraniano. 

Chefes corruptos substituídos por bravos guerreiros

“A corrupção no recrutamento militar será eliminada”, tuitou Zelensky, em 11 de agosto. “Os chefes de todos os centros de recrutamento regionais serão demitidos e substituídos por bravos guerreiros, que perderam a saúde nas linhas de frente, mas mantiveram a sua dignidade.”

Crédito da foto: Wiki Commons

Cinismo e suborno

Em um vídeo, Zelensky disse: “O sistema deve ser dirigido por pessoas que sabem exatamente o que é a guerra. O cinismo e o suborno em tempos de guerra constituem alta traição”.

Crédito da foto: Wiki Commons

Pedido ao Parlamento

No final de agosto, Zelensky pediu ao parlamento do país que aumentasse as punições para quaisquer indivíduos considerados culpados de corrupção, durante a guerra, de acordo com a Rádio Europa Livre.

Zelensky quer equiparar corrupção com traição em tempos de guerra

“Eu estabeleci uma tarefa para a legislação e os legisladores ucranianos receberão as minhas propostas para equiparar a corrupção com alta traição em tempos de guerra”, explicou Zelensky, em seu canal no Telegram, no dia 27 de agosto.

Crédito da foto: Wiki Commons

Justiça da maneira certa

O presidente ucraniano disse que os culpados de corrupção devem enfrentar a Justiça, mas não diante de um pelotão de fuzilamento, como teria acontecido sob o estalinismo. Ele sugeriu a prisão, se houver provas dos crimes.

A renúncia de Oleksii Reznikov

No início de setembro, Zelensky substituiu o ministro de Defesa, Oleksii Reznikov, por Rustem Umerov, em meio a preocupações contínuas com a corrupção, de acordo com o The Washington Post.

Uma mudança de abordagem

“Acredito que o Ministério precisa de novas abordagens e outros formatos de interação com os militares e com a sociedade como um todo”, disse Zelensky.

Visando um futuro na UE e OTAN

À medida que Zelensky e as autoridades ucranianas empenham-se em erradicar a corrupção no país, mostram que o país está realmente a avançar em direção à sua inclusão na União Europeia e, algum dia, na OTAN.

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