Assim morreu a tripulação do submersível que viajava ao Titanic
Uma "perda catastrófica de pressão" foi determinada como a causa da morte dos cinco ocupantes do submersível Titan, nas águas do Atlântico Norte.
Quis o destino que o Titanic se tornasse o túmulo de mais cinco pessoas, a apenas 500 metros de onde jazem seus escombros, há mais de um século.
John Mauger, vice-almirante da Guarda Costeira dos Estados Unidos, foi o responsável por dar a notícia ao mundo, após quatro dias de buscas incessantes, segundo a mídia norte-americana.
Pouco antes da confirmação oficial, a OceanGate, empresa responsável pelo Titan, divulgou uma mensagem em que lamentava a perda das vidas das cinco pessoas a bordo do submersível.
Segundo a Guarda Costeira estadunidense, foi um robô controlado remotamente pelo navio canadense Horizon Arctic que encontrou restos suficientes do submersível para determinar o fim letal de seus cinco passageiros.
"É um ambiente implacável no fundo do mar", respondeu John Mauger aos repórteres. "Eu sei que vocês têm muitas perguntas sobre como, por que e quando isso aconteceu. Esse será o foco das avaliações futuras, mas agora estamos focados em documentar a cena."
Mesmo assim, John Mauger explicou que os destroços encontrados do Titan eram "consistentes com uma implosão". A possiblidade foi levantada também por oficiais da Marinha que deram outra informação importante.
Segundo os oficiais da Marinha, uma rede secreta de sensores subaquáticos detectou "uma anomalia" que poderia ser uma "implosão ou explosão", no momento da perda de comunicações do Titan.
Apesar dos esforços extenuantes para encontrar o Titan, no caso de a implosão não haver ocorrido no mesmo dia em que o submersível desapareceu, a realidade é que o período estimado para a sobrevivência dos cinco tripulantes do submersível havia expirado na última quinta-feira (22).
O Titan era um mini submarino com uma cabine de apenas 6,5 metros e oxigênio para 96 horas. Ele havia perdido contato com a superfície, no domingo 18 de junho.
Muitas pessoas comentaram nas redes sociais sua preferência por uma morte instantânea, em vez de uma situação angustiante como estar quatro dias à espera de ficar sem oxigênio.
Esta segunda alternativa, pelo menos, teria dado espaço para encontrar o submersível, graças a uma enorme operação da qual participaram Estados Unidos, Canadá, Noruega, França e Reino Unido. Foram usados aviões, navios, sondas e robô de mergulho.
Entretanto, o aparelho habilitado para o resgate chegou a vasculhar mais de 20.000 quilômetros quadrados na superfície e perto de quatro quilômetros de profundidade, sem sucesso.
Foi assim que Hamish Harding, Stockton Rush, Paul-Henri Nargeolet e Suleman Dawood com seu pai, Shahzada Dawood, encontraram a morte nas profundezas do Atlântico Norte.
A "visita" ao Titanic custava 250 mil dólares por pessoa e não deveria durar mais de 10 horas. O submersível desceria 4 mil metros de profundidade e logo subiria de volta, como já havia feito outras vezes.
David Pogue, jornalista da CBS que fez a viagem em 2022, lembrou que nas longuíssimas especificações que assinou antes de embarcar no submersível, estava contemplada a possibilidade de morte até três vezes, apenas na primeira página.