Atirador de elite ucraniano bate um triste recorde na guerra
Vyacheslav Kovalskiy, um atirador de elite do serviço de segurança da Ucrânia, disparou uma bala que, após nove segundos, matou um soldado russo à queima-roupa, a 4km da sua posição.
Um vídeo do momento, ocorrido em novembro de 2023, confirmou que aquele era um novo recorde de tiro fatal mais longo do mundo, de acordo com o The Wall Street Journal.
“Achei que os russos já saberiam do que os ucranianos são capazes”, disse Kovalskiy ao The Wall Street Journal. “Deixe-os ficar em casa e ter medo”, acrescentou.
Os assassinos secretos da Ucrânia transformaram as linhas da frente num caos para os soldados russos, desde o início da guerra.
Ao longo dos meses, a Ucrânia tem contado com estes profissionais em sua estratégia para semear o medo entre os exércitos invasores do Kremlin.
Segundo o The Wall Street Journal, a missão dos atiradores de elite ucranianos é atingir os comandantes russos e desmoralizar as tropas de Vladimir Putin.
Assim, uma equipe de atiradores de elite, que se denominam 'Anjos e D e m ô n i o s" derrubou não só líderes militares como também membros essenciais das equipes de artilharia.
“Trabalhamos discretamente, somos invisíveis”, disse um dos três membros da equipe de atiradores ao The Wall Street Journal.
Robert Scales, major-general reformado do Exército e historiador militar, disse ao jornal que um atirador de elite, realmente, ainda pode ter um grande efeito, na guerra moderna.
“Se você se prepara para atacar e seu tenente leva um tiro”, diz Robert Scales, “a unidade fica desorganizada”.
“Quando você mata um pequeno líder de unidade russa, você desestabiliza completamente a equipe”, acrescentou o major-general (agora aposentado). E os atiradores ucranianos tornaram-se muito proficientes nisso.
O exemplo mais notório remonta a março de 2022, quando o major-general Andrei Sukhovetsky foi eliminado por um atirador de elite ucraniano.
Foto: Wiki Commons
Já em agosto de 2023, um atirador de elite teria feito 20 prisioneiros russos, segundo a assessoria de imprensa das forças especiais ucranianas.
O The Wall Street Journal observou que os atiradores também ajudaram a repelir as ondas de assalto dos soldados Wagner, na cidade de Bakhmut.
De fato, uma equipe de atiradores conhecidos como “fantasmas de Bakhmut” disse à BBC que havia matado 524 soldados russos.
“Não há motivo para orgulho”, disse um membro da equipe. “Não matamos pessoas, destruímos o inimigo”, acrescentou.
Os atiradores de elite podem se tornar peças extremamente importantes quando as linhas de frente se estabilizarem, segundo Mark Cancian, consultor do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
Foto: Twitter @csis_isp
"Linhas de frente estáveis permitem que os atiradores desenvolvam excelentes 'esconderijos' e bons campos de tiro", disse Mark Cancian ao Wall Street Journal.