De Shakira a Bob Dylan: por que os artistas estão vendendo suas músicas?

Ossos do capitalismo
Shakira
Red Hot Chili Peppers
Os novos donos
De Blondie a Neil Young
Merck Mercuriadis, comprador de canções
Mais estrelas no negócio
Universal ficou com canções de Bob Dylan
David Crosby
Processo intensificado na pandemia
Uma maneira de aposentar-se
Um fenômeno que não é novo
Mais artistas com o catálogo vendido
Beach Boys
Um mercado como qualquer outro
Quando Michael Jackson comprou as músicas dos Beatles
Vender músicas para viver da música
Investir no futuro
A música não pode parar
Ossos do capitalismo

As grandes canções da história do pop viraram produtos de altíssimo valor para especular. Investidores e fundos competem para apoderar-se dos direitos das peças musicais mais importantes do mundo.

Shakira

Por sua vez, os artistas também veem neste negócio uma saída para manter suas rendas. Shakira, por exemplo, está incluída em uma longa lista de gente que vendeu seu catálogo musical por muito (muito) dinheiro.

Red Hot Chili Peppers

A quantia pela qual Shakira vendeu suas canções é secreta. Mas, para termos uma ideia de quanto custa um bom catálogo, eis o valor que a Red Hot Chili Peppers cobrou por suas músicas: 140 milhões de dólares.

Os novos donos

Assim como Shakira, a Red Hot Chili Peppers vendeu sua obra para o Hipgnosis Songs Fund, um fundo que possui as canções de 50 grandes artistas e continua a expandir sua participação no setor.

De Blondie a Neil Young

O Hipgnosis Songs Fund detém ainda os direitos de  Neil Young e Blondie (foto), além de outros artistas como 50 Cent, Enrique Iglesias, Kaiser Chiefs, The B52s e Timbaland.

Merck Mercuriadis, comprador de canções

O proprietário do Hipgnosis Songs Fund é o canadense Merck Mercuriadis. Aos 19 anos, ele começou a trabalhar na sede da Virgin, em Toronto e, atualmente, possui os direitos de mais de 60 mil canções. Isso significa que ele lucra, principalmente, com cada centavo gerado quando esses temas são reproduzidos no Spotify, anúncios, séries, filmes, etc.

Imagem: Por Jill Furmanovsky / rockarchive, CC BY 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=98136160

Mais estrelas no negócio

Mas o Hipgnosis Songs Fund não é o único em busca de catálogos de estrelas do pop. De acordo com o Financial Times, o fundo de capital de risco Shamrock Capital comprou as canções de Taylor Swift por 300 milhões de dólares.

Universal ficou com canções de Bob Dylan

Já Bob Dylan vendeu todas as suas criações para a Universal por uma quantia estimada, segundo o The New York Times, em 300 milhões de dólares. O mercado pagou o mesmo valor para Taylor Swift.

David Crosby

David Crosby, uma estrela icônica dos anos 1960, cujas canções com a banda Crosby, Still, Nash & Young são hinos da era hippie, também vendeu seu catálogo. Neste caso, para o Iconic Artist Group.

Processo intensificado na pandemia

O fato é que a pandemia acelerou o processo de venda de músicas. Impossibilitados de fazerem shows, os músicos viram suas rendas diminuirem, de forma que preferiram renunciar aos lucros de seus trabalhos em troca de um boa quantia de dinheiro.

Uma maneira de aposentar-se

Para outros artistas, a decisão representa também sua aposentadoria do trabalho artístico. Paul Simon, por exemplo despediu-se definitivamente do palco e decidiu vender suas canções para a Sony.

Um fenômeno que não é novo

A aquisição dos direitos de publicação de canções de estrelas do rock e do pop não é um fenômeno novo. Em 2006, Courtney Love optou por vender metade da obra de Kurt Cobain para a Primary Wave Music Publishing.

Mais artistas com o catálogo vendido

A Primary Wave Music Publishing possui outros catálogos importantes, de forma parcial ou total: Def Leppard, Chicago, Katrina & The Waves, Steve Earle ou Steven Tyler (foto).

Beach Boys

No caso dos Beach Boys, a venda vai além das músicas. A mítica boy band vendeu seu catálogo para o Iconic Artist Group, bem como o nome e os direitos de exploração de sua marca.

Um mercado como qualquer outro

As canções podem ser negociadas na bolsa de valores como se fossem empresas e, inclusive, em mercados de matérias-primas como o petróleo. O preço pode variar e cada catálogo é vendido ou revendido, visando o lucro.

Imagem: Nick Chong / Unsplash

Quando Michael Jackson comprou as músicas dos Beatles

Vem à memória aquele momento histórico em que Michael Jackson, em 1985, comprou os direitos das músicas dos Beatles por 47 milhões de dólares. Uma quantia que na época era considerada imensa e, hoje, parece escassa.

Vender músicas para viver da música

Atualmente, viver da música é difícil. As vendas de discos não dão tanto dinheiro como antes. E o que o Spotify, YouTube ou outras plataformas semelhantes oferecem é só uma pequena quantia, caso o trabalho não alcance milhões de reproduções.

Imagem: Austin Neill / Unsplash

Investir no futuro

Da mesma forma que as gravadoras ficam com um percentual dos lucros das turnês dos seus artistas, os contratos poderão instituir que as músicas sejam de quem investe em um artista emergente.

Imagem: Naioa Shizuru / Unsplash

A música não pode parar

O importante é que a música não pare. E que, depois da pandemia, os shows voltem e os artistas recuperem suas fontes de renda para poder pagar suas mansões ou seus apartamentos modestos, a depender de seu lugar no estrelato.

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