Assim era o lago de Marte
A equipe de pesquisa que administra o projeto Mars Curiosity Rover, da NASA, descobriu evidências quase irrefutáveis de que o empoeirado Planeta Vermelho já abrigou um antigo lago.
A descoberta não foi uma grande novidade para a comunidade científica, já que a área explorada, conhecida por Sulfite-Bearing Unit, era justamente o local que forneceria a melhor evidência do passado aquático de Marte, segundo a previsão dos próprios cientistas.
A surpresa foi, de acordo com a CBS News, pelo fato de a descoberta superar as expectativas. Esperava-se que a área pudesse revelar apenas evidências de "meros filetes de água".
“Os cientistas acreditavam que as rochas haviam se formado quando a superfície do planeta já estava seca. Em vez disso, o rover encontrou algumas evidências claras de que a água interferiu diretamente na formação daquelas rochas", segundo a CBS News.
Segundo a NASA, as evidências na rocha só poderiam ter sido formadas por um lago raso, que cobria a área em épocas anteriores.
“Bilhões de anos atrás, as ondas na superfície de um lago raso agitaram os sedimentos que ficavam no fundo, criando texturas onduladas nas rochas ali presentes”, disse um comunicado de imprensa da NASA.
As imagens das rochas marcadas por ondas foram tiradas pelo robô Curiosity, em uma área da Sulfite-Bearing Unit, chamada pelos pesquisadores de Marker Band Valley, de acordo com Wattles.
“As rochas marcadas por ondas foram fotografadas pelo Curiosity, a cerca de 800 metros, na subida do Monte Sharp”, acrescentou Wattles, autor da reportagem da CBS News.
"À medida que o rover subia, encontrava rochas que teriam se formado mais recentemente. Os pesquisadores não esperavam ver marcadores tão claros de uma grande quantidade de água", continuou Wattles.
A descoberta de rochas, que só poderiam ter sido formadas em decorrência de um grande volume de água, forneceu aos pesquisadores algumas das evidências mais convincentes de que Marte já foi um planeta coberto de água, como a Terra.
“Esta é a melhor evidência de água que vimos em toda a missão”, disse o cientista sênior de propulsão a jato da NASA, Ashwin Vasavada, em um comunicado.
“Subimos por milhares de metros de depósitos de lagos e nunca vimos evidências como esta. Esperávamos que a região fornecesse pistas, mas com um histórico mais seco”, acrescentou Vasavada.
“As ondulações das ondas, os fluxos de detritos e as camadas rítmicas nos dizem que o antigo clima de Marte tinha uma complexidade maravilhosa, muito parecido com o da Terra”, continuou Vasavada.
A missão Curiosity Mars Rover pousou em Marte em agosto de 2012 e, desde então, vem coletando dados no Planeta Vermelho. São mais de dez anos e meio de pesquisa.
Originalmente, o Curiosity estava programado para explorar Marte por apenas dois anos, mas sua missão foi estendida indefinidamente. “Continuaremos a operar o Curiosity enquanto for cientificamente viável”, disse, na época, o Administrador Associado para Ciência da NASA, John Grunsfled.
De acordo com o site do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, a missão original do Curiosity era descobrir se Marte já foi “habitável para a vida microbiana”, algo que o rover provou no início de sua missão, de acordo com o site da NASA.