O treinamento da Marinha Russa que visa atacar a Europa com armas nucleares
Embora tenha registrado um grande número de perdas desde que invadiu a Ucrânia, a Rússia continua a ser uma superpotência militar que não deve ser subestimada em nenhuma frente, sobretudo, por mar.
Documentos secretos vazados revelaram que a Marinha Russa foi treinada para atacar profundamente a Europa, com armas de capacidade nuclear, no caso de um conflito com a OTAN. Também descrevem o que aconteceria se a China invadisse a Rússia.
A informação foi dada pelo Financial Times, no dia 13 de agosto, mas desde fevereiro de 2024, o jornal vem revelando o conteúdo preocupante de 29 arquivos militares secretos russos.
O conjunto de documentos confidenciais foi compilado entre 2008 e 2014, um período em que as relações entre a Rússia e o Ocidente eram mais amigáveis.
No entanto, embora os arquivos possam ser mais antigos, eles dão pistas sobre o pensamento estratégico do Kremlin: usar um ataque nuclear no início de um conflito.
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“O documento observa que a 'alta manobrabilidade' da Marinha lhe permite conduzir 'ataques repentinos e preventivos' e 'ataques massivos com mísseis... de várias direções'”, diz o artigo do Financial Times, assinado por Max Seddon e Chris Cook.
O documento também acrescenta que "armas nucleares são 'como regra' designadas para uso 'em combinação com outros meios de destruição' para atingir os objetivos da Rússia'”.
Uma apresentação incluída nos documentos revelou que os navios de superfície da Marinha Russa, de fato, mantiveram sua capacidade de transportar armas nucleares. Também havia mapas que detalhavam 32 alvos da OTAN na Europa.
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“Analistas que revisaram os documentos os consideraram em consonância com a avaliação da OTAN sobre a ameaça de ataques de mísseis de longo alcance pela marinha russa e a velocidade com que a Rússia provavelmente recorreria ao uso nuclear”, diz a reportagem.
William Alberque, pesquisador da Stimson Center, explicou ao Financial Times que os documentos, na verdade, continham o mapeamento de “centenas ou milhares" de alvos, incluindo militares e de infraestrutura crítica.