Em fotos: a invasão terrorista à Esplanada dos Ministérios do Brasil
No último domingo (8), centenas de apoiadores extremistas do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, invadiram e depredaram os prédios do governo federal em Brasília.
Vestidos de verde e amarelo, subiram no teto do Congresso Nacional, quebraram vidros, móveis (muitos deles seculares), estragaram obras de arte e enfrentaram a polícia com violência.
Os terroristas, inconformados com a vitória de Lula nas eleições presidenciais de 2022, começaram a chegar a Brasília, de ônibus e carros particulares, já no sábado (07).
Muitos deles se concentraram no acampamento bolsonarista, instalado em frente ao quartel do exército, há 7 km da Praça dos Três Poderes, desde outubro de 2022.
A organização da invasão chegou a ser captada, dias antes, mas o reforço policial enviado pelo governo do Distrito Federal foi insuficiente.
O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi exonerado de seu cargo pelo governador do DF, Ibaneis Rocha.
Anderson Torres, que foi Ministro de Justiça do governo de Bolsonaro, está nos Estados Unidos, onde o ex-presidente também encontra-se, desde o último dia 31 de dezembro.
Já o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, será afastado por 90 dias, segundo decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
O ministro Alexandre de Moraes vê conivência do governo do Distrito Federal com a invasão golpista.
Em sua declaração, o ministro disse que estas circunstâncias "somente poderiam ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira".
Há diversas imagens onde é possível ver que os policiais militares do DF, responsáveis da segurança dos prédios, não contiveram a invasão. Inclusive, alguns tiravam fotos com os terroristas.
Esta é uma das tantas imagens da situação de vandalismo sofrida nos prédios públicos de Brasília, no último domingo.
Os criminosos usaram pedras, p a u s, pedaços de madeira para destruir as sedes do Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto.
Claramente, os invasores foram com a intenção de depredar todos os lugares por onde passavam.
Abundavam cartazes e faixas em que se pedia intervenção militar. Os criminosos acreditam que as Forças Armadas devem dar um golpe militar, impedindo Lula de governar.
Também usam slogans do tipo "Deus acima de tudo" e "Deus, Pátria, Família".
Os invasores furaram o bloqueio policial com facilidade, e entraram nos prédios.
Nem sequer com a chegada de mais corpos de segurança, os invasores recuaram. Um veículo da Força Nacional caiu no espelho d'água do Congresso, como aparece na imagem.
De fato, circulam, nas redes sociais e meios de comunicação, imagens de um policial a cavalo sendo agredido e derrubado ao chão pelos terroristas.
Os prédios ficaram a mercê dos invasores, até serem, finalmente, desalojados pela Força Nacional, já durante a noite do domingo.
Com o passar das horas, mais de 300 pessoas foram presas e financiadores das viagens identificados. Segundo o ministro de Justiça, Flávio Dino, a pena para o crime pode ser de mais de 20 anos de prisão.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes garantiu: "Os desprezíveis ataques terroristas à democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores e os anteriores e atuais agentes públicos coniventes e criminosos, que continuam na ilícita conduta da prática de atos antidemocráticos".
Diante da grave situação, o presidente Luis Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal no Distrito Federal.
O decreto faz parte da Constituição de 1988 e pode ser usado quando há, entre outros fatores, "grave comprometimento de ordem pública". Prevê que o Governo Federal pode intervir nas competências de outros estados.
Em seu pronunciamento, o presidente Lula condenou os atos terroristas em Brasília: "Essas pessoas, esses vândalos, que a gente poderia chamar de nazistas fanáticos, de fascistas fanáticos, fizeram o que nunca foi feito na história desse país".
E continuou: "É preciso que essa gente seja punida de forma exemplar, de forma a que ninguém nunca mais ouse — com a bandeira nacional nas costas ou com a camiseta da seleção brasileira, para se fingir de nacionalistas, para se fingirem de brasileiros — faça o que eles fizeram hoje".
Lula culpou o ex-presidente, Jair Bolsonaro, pelos acontecimentos: "Esse genocida não só provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais".
Jair Bolsonaro, atacou, diversas vezes, durante seu governo, o Supremo Tribunal Federal, insultou o ministro Alexandre de Moraes e defendeu uma intervenção militar. Ele não aceitava as investigações do órgão sobre diversas denúncias contra seus aliados, entre elas a de disseminação de fake news.
Seu filho, Eduardo Bolsonaro, chegou, inclusive a ameaçar, durante entrevista no canal de Leda Nagle, no Youtube, com a revogação do AI-5 (decreto violento da ditadura), como resposta aos protestos nas ruas contra o governo de seu pai.
Mandatários do mundo todo condenaram a invasão do último domingo (08) aos Três Poderes, em Brasília. Entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
"Usar violência contra instituições democráticas é sempre inaceitável. Estamos aliados ao presidente Lula para pedir um fim imediato a essas ações", disse Joe Biden.
Em nome da União Europeia, o embaixador Ignacio Ybánez, garantiu "todo o apoio às instituições brasileiras". A ONU também mostrou sua posição, através da mensagem do relator Clement Voule: "Condenamos tais práticas e qualquer tentativa de minar o voto democrático no Brasil".