Em fotos: Reis e Presidente da Espanha são atacados em cidade destruída por tempestade
O Rei Felipe VI da Espanha, o Presidente do Governo, Pedro Sánchez, e o presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, visitaram, neste fim de semana, o município de Paiporta, um dos mais afetados pela DANA (espécie de tromba d'água) que caiu na região, no último dia 29 de outubro.
Todos eles foram repreendidos a gritos e até atacados com pedras e lama por dezenas de pessoas que se encontravam na zona, ajudando nos trabalhos de resgate e limpeza.
O pior ataque recaiu sobre Pedro Sánchez, que levou um golpe de bastão nas costas e teve que ser evacuado pelos seus guarda-costas, em um carro que também foi atacado.
Já o Rei Felipe VI decidiu permanecer no local, para escutar as pessoas que se amontoavam ao seu redor, na tentativa de mostrar compreensão às suas reclamações.
Carlos Mazón, por sua vez, recebeu gritos de “fora, fora”, “assassino” ou “Mazón renúncia”, nada que não tenha ouvido ou lido nos últimos dias.
A atuação do presidente valenciano foi considerada tardia com relação à tragédia que deixou mais de 200 mortos, incontáveis desaparecidos, e várias cidades completamente destruídas.
A Rainha Letizia estava visivelmente abalada. Meios de comunicação nacionais publicaram um vídeo em que ela escuta atentamente uma crítica de uma mulher sobre o fato de os voluntários terem tido que parar seus trabalhos, durante umas horas, para abrir caminho para os veículos da comitiva oficial.
Em vários momentos, Letizia, com o rosto sujo de lama, chorou e abraçou pessoas, emocionada com a situação sem precedentes vivida nesta região do leste da Espanha.
Apesar da indignação da maioria dos presentes contra as autoridades, houve quem se aproximasse dos Reis para dizer-lhes que a culpa de tamanho desastre não era deles.
Neste momento, qualquer protocolo diante dos Reis, foi esquecido, logicamente. “É preciso entender a raiva e a frustração de muitas pessoas pelo horror que estão passando e por não compreender como funcionam todos os mecanismos e a operatividade durante a emergência", declarou Felipe VI.