Escuridão, frio extremo por 4 anos e outros desastres se Bennu atingir a Terra
Embora a maioria dos objetos do sistema solar orbitando perto da Terra não representem uma ameaça, alguns têm chance de impacto. É o caso do asteroide Bennu.
Um estudo da Universidade Nacional de Pusan (Coreia do Sul) analisou o caso do Bennu, que tem 500 metros de diâmetro e 74 milhões de toneladas, com probabilidade de colisão de 1 em 2.700 no ano de 2182. Se o isso ocorrer, as consequências para o clima global podem ser devastadoras.
De acordo com a pesquisa, publicada na Science Advances, a colisão pode liberar até 400 milhões de toneladas de poeira, aerossóis, detritos e cinzas na atmosfera, reduzindo a luz solar e alterando o clima global.
Foto: Nasa images-assets.nasa.gov
Classificado como NEA, Bennu foi descoberto em 1999 e nomeado em homenagem a uma deusa egípcia, ele completa sua órbita ao redor do Sol em aproximadamente 1,2 ano terrestre.
Foto: Nasa images-assets.nasa.gov
Além disso, junto com Ryugu, é um dos poucos asteroides do sistema solar com amostras analisadas na Terra. Em setembro de 2023, a missão Osiris-Rex da NASA trouxe 120 gramas de seu material, possibilitando estudos importantes.
Foto: Nasa images-assets.nasa.gov
No final de janeiro de 2024, as amostras coletadas geraram grande interesse ao revelar a presença de elementos fundamentais para a vida e compostos nunca antes vistos neste tipo de asteroide, de acordo com a Infobae.
Entre eles estão as cinco "letras" que compõem os códigos genéticos (DNA e RNA), além de minerais ricos em carbono, enxofre, fósforo, flúor e sódio, segundo a National Geographic.
Foto: Nasa images-assets.nasa.gov
Usando o IBS Alep, um computador muito poderoso, os pesquisadores realizaram vários cenários de impacto com a Terra.
Os resultados da pesquisa publicada na Science Advances, diferentemente de estudos anteriores, incluem o impacto nos ecossistemas terrestres e marinhos, bem como as complexas reações químicas que ocorreriam na atmosfera após a colisão.
Simulações de injeções de poeira entre 100 e 400 milhões de toneladas mostram alterações drásticas no clima, na química atmosférica e na fotossíntese global durante os 3 a 4 anos seguintes ao impacto, relata a Europa Press.
A injeção maciça de poeira na atmosfera desencadearia um "inverno de impacto", semelhante aos efeitos de eventos de escurecimento solar, como invernos nucleares ou grandes erupções vulcânicas, de acordo com um artigo publicado pela National Geographic.
A obscuração solar devido à poeira pode causar uma queda de até 4 ºC na temperatura global, uma redução de 15% nas chuvas e uma diminuição de 32% na camada de ozônio, de acordo com a Europa Press.
De acordo com o Dr. Lan Dai, pesquisador de pós-doutorado no ICCP e principal autor do estudo, a segurança alimentar global seria severamente afetada no curto prazo devido à redução na fotossíntese terrestre (−36%) e marinha (−25%), o que levaria a condições climáticas desfavoráveis ao crescimento das plantas.
O frio extremo gerado pelo impacto de um asteroide pode persistir por mais de 4 anos.
Os dados do modelo oceânico surpreenderam os pesquisadores: enquanto a vegetação terrestre levaria dois anos para se recuperar, o plâncton o faria em apenas seis meses. Além disso, espera-se que seu crescimento exceda os níveis normais após o impacto.
O professor Axel Timmermann, diretor do ICCP e coautor do estudo, afirma que a alta concentração de ferro na poeira gerada pelo impacto pode enriquecer áreas oceânicas com escassez desse nutriente, como o Oceano Antártico e o Pacífico tropical oriental, promovendo a proliferação de algas.
De acordo com o professor Axel Timmermann, asteroides de médio porte colidem com a Terra em média a cada 100.000 a 200.000 anos.
Depois de analisar os efeitos climáticos e ecológicos de um impacto, pesquisadores do ICCP da Coreia do Sul estudarão como a humanidade reagiria, usando modelos de computador que simulam adaptação e busca de recursos em um mundo transformado.
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