Estados Unidos detecta primeiro caso de infecção altamente contagiosa
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos anunciaram, recentemente, o primeiro caso no país de uma infecção por micose, resistente a medicamentos. Foi descoberto na cidade de Nova York.
Trata-se da Trichophyton indotineae, um tipo de micose altamente transmissível, que surgiu no sudeste da Ásia, provavelmente devido ao uso excessivo de antifúngicos.
A infecção é conhecida pela inflamação generalizada de certas partes do corpo, que também fica coberto de escamas.
Casos de trichophyton indotineae foram relatadas na Ásia, Europa e Canadá.
Até que duas mulheres em Nova York foram diagnosticadas com a infecção, depois de um dermatologista tentar tratá-las com antifúngicos orais.
Preocupado, o dermatologista entrou em contato com as autoridades de saúde pública, e as amostras de pele confirmaram que ambas as pacientes tinham a trichophyton indotineae.
"Meu radar disparou imediatamente", explicou o Dr. Avrom Caplan, professor de dermatologia na Grossman School of Medicine da NYU e médico que tratou as mulheres infectadas.
O Dr. Caplan foi co-autor do relatório do CDC e detalhou sobre os resultados de seus tratamentos.
A primeira paciente foi uma mulher de 28 anos que desenvolveu erupções pruriginosas em todo o corpo, no verão de 2021, e teve sua primeira consulta em dezembro de 2021, de acordo com o relatório do CDC.
A mulher estava em seu terceiro trimestre de gravidez, na época. Mais tarde, recuperou-se totalmente de sua infecção, após um tratamento de 4 semanas com itraconazol. Ninguém soube confirmar como ela foi originalmente infectada.
De acordo com a CNN, a primeira paciente do Dr. Caplan não tinha histórico de viagens internacionais onde pudesse ter contraído a infecção. Ele disse que o caso dela poderia “sugerir que há alguma disseminação comunitária nos EUA”.
A segunda paciente do Dr. Caplan era uma mulher de 47 anos que apresentou sintomas semelhantes aos da primeira, mas contraiu a infecção durante uma viagem a Bangladesh, a meados de 2022.
O relatório do CDC afirmou que a segunda paciente passou por vários tratamentos para aliviar seus sintomas, após ser transferida três vezes à emergência, mas sua condição não melhorou.
"É difícil confirmar o diagnóstico, mas a suspeita pode ser levantada clinicamente se os pacientes apresentarem placas escamosas inflamadas, com coceira e disseminadas na face, pescoço, tronco ou v i r i l h a", explicou Caplan, de acordo com o USA Today.
A mulher foi avaliada por dermatologistas e recebeu um tratamento de 4 semanas com terbinafina oral. Sem melhora, foi submetida a 4 semanas de griseofulvina, que reduziu sua infecção em 80%. Uma terapia mais avançada tem sido estudada para ajudá-la a se recuperar totalmente.
"Dada a facilidade de transmissão entre as pessoas, é altamente provável que veremos pelo menos uma disseminação familiar, se não outra disseminação local", disse Caplan, acrescentando que a infecção não foi difícil de tratar, de acordo com o USA Today.