Os inimagináveis efeitos que uma guerra nuclear causaria no Planeta
A possibilidade de uma guerra nuclear é a mais alta dos últimos tempos e, independente do que você faça ou de onde esteja, seria impactado.
Uma investigação citada por François Diaz-Maurin, em um artigo para a Bulletin of Atomic Scientists, explicou quão difícil seria sobreviver a uma guerra nuclear, que possivelmente mataria mais da metade da população do planeta.
Entre os principais desafios estão a precipitação radioativa e a devastadora fome que acometeria a Terra em caso de um conflito nuclear regional ou mundial.
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Um cenário relativamente provável seria a troca nuclear entre o Paquistão e a Índia. Se o conflito envolvesse cerca de 100 bombas nucleares de 15 quilotons, resultaria em 27 milhões de mortes.
A maior parte das mortes no cenário mencionado aconteceria em regiões urbanas, mas essas perdas seriam apenas o início de uma situação potencialmente desastrosa. Haveria impactos significativos a longo prazo, mesmo em um conflito nuclear regional.
Já um conflito nuclear em grande escala entre a Rússia e os Estados Unidos resultaria em um número de mortes muito maior do que em uma guerra regional.
Nesse caso, cerca de 360 milhões de pessoas perderiam a vida, em diversas partes do mundo, em um conflito envolvendo ogivas nucleares de cerca de 4.400 quilotons.
Outros países também seriam alvos dos Estados Unidos e da Rússia, o que provocaria retaliações de outras nações com armas nucleares, aumentando ainda mais o número de mortes imediatas.
Embora esses efeitos sejam bastante conhecidos, mesmo entre os menos informados, o público em geral tem muito pouco conhecimento sobre as consequências a médio e longo prazo de uma guerra nuclear mundial.
Além das preocupações urgentes em tratar os afetados por envenenamento por radiação e a saúde dos sobreviventes das explosões iniciais, o mundo teria que enfrentar um clima radicalmente alterado.
As explosões nucleares poderiam até mesmo destruir nosso ecossistema, de acordo com a Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, na sigla em inglês).
Com o clima e o ecossistema alterados, a maioria da população, provavelmente, não sobreviveria muito além dos primeiros anos após o conflito, devido à fome resultante.
Pesquisas apoiam a ideia de que a fome global seria maior causa de mortes em um conflito nuclear. Um estudo de 2022, publicado na revista Food Nature, destacou como seria o futuro alimentar para os sobreviventes.
Os autores do estudo concluíram que cerca de 2 bilhões (em escala americana) de pessoas morreriam de fome em uma guerra nuclear regional entre o Paquistão e a Índia.
Já um conflito nuclear entre a Rússia e os Estados Unidos causaria a morte de 5 bilhões de pessoas (em escala americana), de um total de 8 bilhões (em escala americana) que habitam a Terra.
“As cargas atmosféricas de fuligem provenientes da detonação de armas nucleares causariam perturbações no clima da Terra, limitando a produção de alimentos terrestres e aquáticos”, explicaram os autores do estudo.
François Diaz-Maurin observou que até mesmo um conflito nuclear regional entre o Paquistão e a Índia poderia liberar fuligem suficiente para gerar as temperaturas mais frias que a Terra já experimentou em mil anos.
Uma guerra entre a Rússia e os Estados Unidos daria início a um inverno nuclear muito mais severo. Neste caso, as temperaturas na Terra cairiam 8°C, fazendo com que as globais baixassem para níveis inferiores aos da Idade do Gelo.
A precipitação mundial também mudaria. A Ásia sofreria uma redução de 40%, enquanto a África e a América do Sul também teriam quedas importantes. Os oceanos também seriam impactados, reduzindo significativamente a produção marinha.
A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN) informa em seu site que cerca de 2,4 milhões de pessoas em todo o mundo morrerão devido ao câncer resultante de testes com armas nucleares, realizados entre 1945 e 1980.
A conclusão de Diaz-Maurin é que não haveria como fugir das consequências de uma guerra nuclear. O conflito acabaria por eliminar quase toda a população humana na Terra. Isso implica dizer que as armas nucleares nunca devem ser usadas.
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