Guerra na Ucrânia faz bem à economia russa

Primeiras previsões sombrias
Os especialistas estavam errados
A Rússia continuou a crescer
Imune a sanções
Uma economia de guerra
Novas rotas comerciais
Frota sombra
Mercado de trabalho inflacionado
Falta de mão de obra
Problemas demográficos
Salários inflacionados
As taxas de juros sobem
Futuro dependente da guerra?
2024 continuará a ser positivo
Melhor que a zona euro
Reeleição quase garantida
Primeiras previsões sombrias

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, economistas e especialistas de todo o mundo previram uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) russo de 10%. O Banco Mundial foi ainda mais pessimista e estimou uma queda de mais de 11%.

Os especialistas estavam errados

No entanto, os efeitos da guerra na economia do país não foram tão catastróficos. Em 2022, o PIB da Rússia contraiu somente 2,1%, segundo dados do Banco Mundial.

A Rússia continuou a crescer

De fato, a economia russa parece estar a crescer inclusive mais do que a dos países do G7. Em 2023, registrou um aumento de 3,6%, segundo uma primeira estimativa divulgada, recentemente, pelo Serviço Estatal de Estatística Rosstat.

Imune a sanções

O país parece ter resistido às consequências das múltiplas sanções ocidentais à Rússia, que tinham como objetivos aumentar os gastos do país, reduzindo sua renda e, consequentemente, sua capacidade de financiar o conflito.

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Uma economia de guerra

Entretanto, a Rússia transformou a sua economia numa economia de guerra, investindo em defesa e na indústria pesada. Os gastos militares representam cerca de 6% do PIB do país, segundo o jornal espanhol El País.

Novas rotas comerciais

Além disso, apesar do embargo europeu, a produção petrolífera russa está ligeiramente abaixo do nível anterior à guerra. A Rússia tem conseguido encontrar novas rotas comerciais e direcionar as suas vendas para outros países que não impõem limitações, como a China e a Índia.

 

Frota sombra

A Rússia também conseguiu escapar às sanções impostas pela Europa através de uma “frota sombra”. Centenas de petroleiros descarregam, frequentemente, petróleo bruto em navios, em alto mar, dificultando o acompanhamento das exportações de petróleo do país.

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Mercado de trabalho inflacionado

Com relação às consequências da expansão da indústria de defesa, o presidente russo Vladimir Putin afirmou, no início de fevereiro, que, no último ano e meio, foram criados 520 mil novos empregos no setor, necessários para atingir as metas de produção.

Falta de mão de obra

Por outro lado, a inclusão de uma maior força de trabalho no setor da defesa causou uma escassez de mão de obra na indústria civil, enquanto a taxa de desemprego atingiu mínimos históricos.

Problemas demográficos

Há ainda outra causa para a redução da mão de obra no país: a enorme mobilização de homens para a guerra. Em 2022, foram 300 mil e, em 2023, outros 490 mil, segundo o Financial Times.

Salários inflacionados

Confrontados com esta escassez de trabalhadores, outros setores econômicos tiveram que aumentar os salários para competir com os da indústria de defesa. Embora isto tenha impulsionado a procura interna, por outro lado aumentou os riscos inflacionistas.

As taxas de juros sobem

O sobreaquecimento da economia russa e o aumento dos preços forçaram as autoridades monetárias a aumentarem as taxas de juro para 16%. “A economia estava a crescer a uma taxa acima do seu potencial”, disse a Governadora do Banco da Rússia, Elvira Nabiullina, em meados de fevereiro.

Futuro dependente da guerra?

Porém, nem tudo que brilha é ouro. Os especialistas alertam que a Rússia continua dependente das vendas de gás e petróleo. Além disso, o país está sujeito à evolução da produção militar, o que levanta dúvidas sobre o que acontecerá quando a guerra terminar.

2024 continuará a ser positivo

Apesar dos riscos no horizonte, as previsões para o ano são positivas. O Fundo Monetário Internacional prevê um aumento do PIB da Rússia de 2,6% em 2024. Isto é mais que o dobro estimado em outubro passado, segundo o Financial Times.

Melhor que a zona euro

Se as previsões se concretizarem, este crescimento será três vezes superior ao da zona euro, já que, de acordo com as últimas estimativas da Comissão Europeia, a região cresceria apenas 0,9% este ano.

Reeleição quase garantida

O bom desempenho da economia russa é uma das questões pelas quais Putin se vangloria, face às eleições presidenciais de março de 2024. A vitória parece assegurada para o presidente, que está no poder desde 1999.

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