Fenômeno japonês hikikomori que afeta jovens espalha-se pelo mundo
Atualmente, estima-se que existam mais de 1,45 milhão de pessoas no Japão com um preocupante comportamento: o "hikikomori". Nos casos mais comuns, elas saem de casa esporadicamente, não vão ao trabalho ou à escola e não interagem com ninguém fora de sua família.
Entretanto, em casos graves, a pessoa não sai do quarto, faz as refeições sozinha sem ver os familiares e até se comunica com a família apenas por meio de cartas.
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De acordo com o Centro de Saúde Mental e Bem-Estar da Prefeitura de Hyogo, os seguintes comportamentos e condições estão associados ao hikikomori: reversão dia/noite, depressão, violência doméstica, comportamento infantil e medo social.
O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão define 'hikikomori' como"um conceito fenomenológico que se refere a um estado em que a pessoa evita a participação social como resultado de vários fatores e, em princípio, permanece em casa durante seis meses ou mais.”
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Na década de 1990, o hikikomori era visto como um comportamento problemático entre os jovens, mas, recentemente, tem-se observado um aumento no número de adultos nesta condição.
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Uma pesquisa realizada pelo Gabinete em 2022 revelou que a proporção de hikikomori entre jovens e pessoas de meia-idade é quase a mesma: pouco mais de 2%.
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Em 2022, a Associação Americana de Psiquiatria introduziu o termo em seus critérios diagnósticos. De fato, o número de relatos de casos tem aumentado na Ásia e na Europa.
Os motivos para o afastamento social incluem evasão escolar, demissão e "relacionamentos que não deram certo". Para piorar a situação, a pandemia do covid-19 também foi citada como um gatilho que induziu à reclusão.
Segundo um relatório publicado pelo Gabinete em 2023, mais de 50% das pessoas com hikikomori superam a condição em três anos. No entanto, cerca de 25% levam entre três e sete anos para se recuperar, e aproximadamente 22% demoram mais de sete anos.
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O psiquiatra Tamaki Saito destacou à NHK: “O ruim dessa condição é que ela é extremamente estável. Uma vez que a pessoa fica assim, é difícil voltar ao convívio normal”.
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Conforme um exemplo citado pela NHK em seu site, um homem que enfrentava dificuldades em sua busca por emprego "desejava sair, mas não conseguia, então ficou isololado em casa, saindo apenas ocasionalmente para visitar uma loja de conveniência no meio da noite".
Após seis anos de isolamento, ele visitou uma clínica especializada e foi incentivado a participar de eventos sociais com outras pessoas que passavam pelos mesmos problemas e, gradualmente, voltou a participar da sociedade.
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Com base na experiência desse homem, Tamaki Saito afirmou que receber aprovação de outras pessoas, especialmente da mesma geração, aumenta a autoconfiança e auxilia na recuperação.
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Segundo o Centro de Saúde Mental e Bem-Estar da Prefeitura de Hyogo: “Quando uma pessoa se torna reclusa por um período, é importante preservar a energia mental e avançar devagar. O ideal é permitir que ela descanse um pouco antes de continuar."
Ao reintegrar-se novamente na sociedade é comum sentir-se fatigado e precisar de pausas. Respeitar esses períodos de cansaço é crucial, pois ajuda a construir confiança e facilita uma recuperação gradual.
Para alcançar isso, é importante criar um ambiente onde a pessoa se sinta confortável e acompanhada pela família, que deve manter um estado de espírito estável e uma distância apropriada. Ser paciente e acompanhar o processo pode parecer um caminho incerto, mas é fundamental no sucesso da recuperação.
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