Incêndios devoram a Europa mediterrânea e norte da África
A crise climática tem mostrado sua força de forma intensa, nesta época do ano. Uma onda de calor sem precedentes arrasa a Europa e o norte da África. Potencializam-se incêndios em países como Portugal, Espanha, França, Croácia, Marrocos e Tunísia, entre outros.
Este é o panorama do fogo, de acordo com as imagens fornecidas pela NASA, em tempo real. São muitos os pontos vermelhos espalhados em uma enorme área do mapa.
Imagem: NASA / Firms (Informações de Incêndio para Sistema de Gerenciamento de Recursos)
Esta imagem é de Louchats, sudoeste da França. Conforme relatado pelo Le Parisien em 18 de julho, no departamento de Gironde (cuja capital é Bordeaux), as chamas destruíram mais de 14.000 hectares.
Em Portugal, repete-se o roteiro de outros verões: incêndios em grandes proporções. Com eles, o desespero dos habitantes das cidades afetadas. Na imagem, um morador desolado em Albergaria a V e l h a.
Segundo o jornal português Público, desde o início de julho, mais de 200 pessoas podem ter morrido devido ao calor no país. O termômetro atingiu 44º na localidade de Almeirim, norte de Lisboa.
A Espanha também sofre gravemente com temperaturas muito altas. Jornais como La Razón, com base em dados oficiais, falam em mais de 80 mortes devido ao calor. Dois trabalhadores das equipes de combate a incêndios perderam a vida lutando contra as chamas.
O jornal El País fez um balanço da situação catastrófica na Espanha, recentemente: 36 focos de incêndio ativos e mais de 30.000 hectares devastados pelas chamas.
Em Portugal e na Espanha, os incêndios ocorrem em quase todo o território. A foto é de um deles na província de Lugo, norte da Espanha. Mas também há fogo no sul, no interior e no litoral do país.
As altas temperaturas também desencadearam uma onda de incêndios no Marrocos. A imagem é de Alcazarquivir, na região de Larache.
Os incêndios em Marrocos ocorrem após uma seca muito forte e temperaturas de até 45º.
As imagens dos incêndios são assustadoras, mas as de como ficam as paisagens depois da passagem do fogo dão uma dimensão da tragédia humana e ecológica.
A Itália também sofre uma onda de incêndios, neste mês de julho, após uma seca que a mídia nacional descreve como "a pior em 70 anos".
O efeito dos incêndios atingiu alguns bairros de Roma, como Cinecittà (na imagem).
O impacto dessa situação é tão grande que leva o geólogo Mario Tozzi, entrevistado pelo jornal Repubblica, a referir-se a este momento como 'era do fogo'.
Rios importantes da Itália como o Pó (foto), o Tagliamento e o Piave, além de lagos como Maggiore têm diminuído de nível rapidamente. De fato, há lugares em que quase não há água.
A seca ameaça a biodiversidade, a sobrevivência de espécies animais e as plantações. Agricultores, pescadores e pecuaristas têm tido dificuldades com a baixa dos rios, na Itália.
De acordo com a Protecção Civil da região do Lácio (centro da Itália), entre 15 de junho e 3 de julho de 2022, foram feitas 1.750 intervenções contra os incêndios. São três vezes mais que as realizadas durante o mesmo período, em 2021, com 400.
Os europeus tiveram suas férias limitadas pela pandemia, durante dois anos e, agora, vive, outro verão desastroso. Calor intenso, incêndio e guerra. Na imagem, banhistas da cidade francesa de Landiras.
As áreas banhadas pelo Mediterrâneo têm sido muito afetadas pelos incêndios, mas esta imagem da NASA mostra como quase todo o planeta sofre, no momento, com o fogo.
Imagem: NASA / Firms (Informações de Incêndio para Sistema de Gerenciamento de Recursos)
A ONU alertou, em um relatório de fevereiro de 2022, que, se nenhuma ação for tomada para frear a crise climática, os incêndios aumentarão 14% até 2030, 30% até o final de 2050 e 50% até o final do século.