Índia nega-se a comprar gás natural da Rússia, frustrando planos de Putin
Os planos de Rússia de aumentar suas exportações de gás natural liquefeito encontraram um grande obstáculo após a notícia de que a Índia não planeja comprá-lo do projeto Arctic LNG 2, sancionado por Moscou.
O Arctic LNG 2 é um projeto de expansão da Novatek, uma empresa russa de refino de petróleo que se posiciona como a sétima maior companhia de capital aberto no mundo e a segunda maior produtora de gás natural da Rússia, segundo dados divulgados pela própria empresa.
A Novatek enfrenta pesadas sanções desde a invasão em grande escala da Ucrânia por Putin, impactando o projeto de expansão Arctic LNG 2 em aspectos cruciais.
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O projeto Arctic LNG 2 foi inicialmente planejado para ser a maior planta de gás natural liquefeito da Rússia, com capacidade de produzir até 19,8 milhões de toneladas métricas de gás natural liquefeito (GNL) por ano, em três linhas de produção, informou a Reuters.
No entanto, em agosto de 2024, a Novatek anunciou planos para adiar o início das operações da terceira linha, de 2026 para 2028, segundo a Reuters, que citou duas fontes não identificadas.
O adiamento da terceira linha de produção do Arctic LNG 2 complicou os planos da Rússia de expandir sua participação no mercado global de gás natural liquefeito, comprometendo a meta de alcançar cerca de 20% entre 2030 e 2035.
Para piorar, o Ministro do Petróleo e Gás Natural da Índia anunciou recentemente que o país não compraria gás natural russo sancionado.
“Se o GNL da Rússia for de uma instalação sancionada, não compraremos”, explicou o Ministro Hardeep Puri, durante uma entrevista na conferência Gastech, em Houston, de acordo com a Bloomberg News.
A Bloomberg informou que as sanções dos EUA desempenharam um papel importante em prejudicar a venda de gás natural liquefeito do projeto Arctic LNG 2, destacando que a Novatek "enfrentava dificuldades para encontrar compradores".
Em agosto, a instalação exportou apenas cinco carregamentos de gás natural liquefeito, transportados por navios da "frota escura", segundo a Bloomberg.
Esses navios operam sem seguro e com informações pouco transparentes sobre propriedade, sendo usados pela Rússia para driblar sanções, informou o Politico.
Dos cinco navios que saíram da Rússia, nenhum entregou o combustível transportado a qualquer país, revelou a Bloomberg, em sua reportagem de 19 de setembro, sobre os desafios enfrentados pela Rússia.
Em 27 de setembro, o Secretário de Petróleo e Gás Natural da Índia, Pankaj Jain, reafirmou a posição do país sobre a compra de gás natural liquefeito: "A Índia não comprará nenhuma mercadoria sancionada por Moscou", publicou a Newsweek.
O analista de energia Tom O'Donnell afirmou à Newsweek que os planos da Rússia de expandir suas exportações de gás natural liquefeito estão seriamente comprometidos pelas sanções internacionais.
"O gás gerado pelo novo projeto Arctic LNG 2 era crucial para que Putin pudesse enviá-lo para a Índia e a China", acrescentou O'Donnell. "Com a desistência da Índia, isso representa um grande golpe."
Em 4 de setembro, o Departamento de Estado dos EUA impôs sanções mais duras ao projeto Arctic LNG 2, incluindo duas entidades próximas ao projeto e duas embarcações que, segundo Washington, estavam ligadas à exportação de gás natural liquefeito da instalação.
“O governo dos EUA continuará a responder rapidamente a qualquer tentativa de operacionalizar o projeto Arctic LNG 2 ou expandir as capacidades energéticas da Rússia”, afirmou um comunicado do Departamento de Estado.
“Trabalhamos junto com nossos parceiros do G7 e outros aliados e permaneceremos firmes no combate à exploração dos recursos energéticos da Rússia para ganhos políticos”, continuou a declaração.
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