O dia em que Kim Jong-Un ameaçou aniquilar estes dois grandes países
Em dezembro de 2023, o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, mostrou convicção sobre o que faria com a Coreia do Sul e os Estados Unidos, caso ambos aumentaram seus exercícios militares na Península Coreana.
Diante de um cenário assim, o líder norte-coreano disse que os militares da Coreia do Norte terão de “desferir um golpe mortal para aniquilar completamente” estes países, com as suas armas mais poderosas.
Conforme relatado pelo Pyongyang Times, depois de agradecer aos comandantes reunidos pelo seu serviço e pela defesa do país, Kim forneceu uma análise da situação de segurança que a Coreia do Norte enfrenta.
Segundo o líder norte-coreano, o país está à beira de uma guerra com os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Por esta razão, ele acredita que é urgente salvaguardar ainda mais a paz e a segurança.
Além disso, Kim Jong-un explicou a responsabilidade que cada um dos comandantes tem na proteção do país e garantiu que o destino da Coreia do Norte está nas mãos deles, segundo o Pyongyang Times.
Para Kim Jong-Un, quanto mais a revolução norte-coreana avança, mais forças externas, como os Estados Unidos e os seus aliados, trabalharão para combatê-la. A tarefa do exército é bloquear tais tentativas.
As notícias, reproduzidas da agência de notícias estatal KCNA, podem dar uma ideia da estratégia geopolítica seguida por Kim.
Ao longo de 2023, os Estados Unidos e os seus aliados na região conduziram uma série de exercícios militares na Península Coreana, incluindo a Operação Freedom Shield 23, em meados de agosto, e a Vigilant Defenders, em outubro.
Por sua vez, a Coreia do Norte aumentou os seus testes de armas, incluindo a colocação do seu primeiro satélite espião em órbita, em novembro, e o teste de disparo dos mísseis balísticos intercontinentais Hwasong-17 e Hwasong-18.
Kim “provavelmente acredita que pode usar o aumento das tensões para extrair concessões dos Estados Unidos, se o ex-presidente Donald Trump vencer as eleições presidenciais de novembro”, explica um artigo da Associated Press, assinado por Hyung-Jin Kim.
Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul, disse, à Associated Press: “O regime de Kim fechou a porta política às negociações de desnuclearização, mas poderia oferecer uma restrição à retórica e um congelamento dos testes em troca do alívio das sanções”.
Durante a reunião de final de ano do Partido dos Trabalhadores da Coreia, ele garantiu que colocaria três satélites espiões militares em órbita, desenvolveria drones de ataque e produziria mais materiais nucleares, de acordo com a NBC News.
Nos primeiros dias de 2024 a tensão na península não diminuiu, de fato. Segundo a CNN, a Coreia do Sul acusou o governo de Kim Jong-Un de haver realizado vários atentados com bomba, no dia 5 de janeiro, perto da fronteira marítima disputada pelos dois países.
A resposta às acusações veio em 7 de janeiro de 2024, através da irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Yo-jong, citada pela Reuters: “Como já foi dito, o KPA (Exército do Povo Coreano) lançará uma campanha militar imediata se o inimigo fizer a menor provocação."