Líder do Wagner surpreende ao revelar quantidade de soldados mortos em Bakhmut
O fundador do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirmou, em entrevista ao The Moscow Times, que 20 mil de seus soldados mercenários foram mortos na batalha para conquistar Bakhmut.
Estas foram suas palavras: "Ao longo da operação, recrutei 50 mil prisioneiros, dos quais morreram ao redor de 20%. É exatamente o mesmo número de mortes de soldados que se inscreveram, através de um contrato”.
A Associated Press relatou que os números de Prigozhin diferem dos oficiais, divulgados pelo Kremlin, em janeiro. Estes afirmavam que apenas 6 mil soldados russos foram mortos durante todo o curso da guerra.
Além disso, Prigozhin também disse que os combatentes ucranianos foram alguns dos mais ferozes que ele e seu grupo já enfrentaram.
“Posso dizer, por experiência própria, que lutamos em muitos lugares com muitas pessoas. E, hoje, os ucranianos são um dos exércitos mais fortes. Eles têm um alto nível de organização, altos níveis de treinamento e grande inteligência", disse Prigozhin, de acordo com o The Hill.
Por sua vez, o presidente dos EUA, Joe Biden, calculou as perdas russas em Bakhmut em 100 mil, durante sua participação na cúpula do G7, no Japão.
Biden respondia, na ocasião, perguntas em uma entrevista coletiva, em Hiroshima, quando sua atenção foi trazida para a situação na linha de frente da guerra na Ucrânia.
Sobre se a tão esperada contraofensiva de primavera da Ucrânia havia começado ou não, Biden disse que nada poderia informar, mas mencionou que havia discutido isso com Zelensky.
O presidente explicou que a guerra era incerta, mas esperava uma ofensiva bem-sucedida para que a Rússia pudesse ver o custo da luta, especialmente para tomar Bakhmut.
“Bakhmut é uma discussão sobre se foi ou não perdida ou o que quer que seja”, observou Biden, referindo-se às alegações de que a cidade sitiada havia, finalmente, sido capturada pelas forças russas.
“A verdade é que os russos sofreram mais de 100 mil baixas em Bakhmut. Isso é difícil de compensar”, disse o presidente estadunidense.
Biden raramente fornece números exatos ao discutir as baixas no conflito, mas este pode ser bastante preciso se combinado com outras evidências.
Em 17 de maio, o Estado-Maior da Ucrânia observou, em sua atualização diária sobre a guerra, que estimou que os russos perderam mais de 200 mil soldados, ao longo do conflito.
“O número significa que a Rússia perdeu um número tão grande de soldados que supera as forças armadas de muitos países”, publicou o Kyiv Post, em 21 de maio.
É difícil saber se os números citados pelo governo da Ucrânia são reais ou não passam de uma propaganda destinada a reforçar o apoio ocidental.
No entanto, esta estimativa é reforçada pelo secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace.
"As forças russas têm alguns problemas sistêmicos realmente significativos e profundos, no momento, em seus esforços", explicou. E continuou: "As últimas avaliações dos EUA que vi agora colocam o número de baixas em mais de 220 mil mortos ou feridos."
Se os comentários de Wallace fossem verdadeiros, seria possível que a Rússia houvesse perdido 100 mil soldados em Bakhmut.
Por outro lado, em 20 de maio, Prigozhin anunciou em um vídeo, publicado em seu canal no Telegram, que suas forças mercenárias finalmente assumiram o controle total de Bakhmut.
A Time observou que a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, contestou, de alguma forma, tal alegação.
“A situação é crítica. A partir de agora, nossos defensores controlam certas instalações industriais e de infraestrutura nesta área”, disse ela.