Mancha solar aponta para a Terra: estamos em perigo?
Uma mancha escura na superfície do sol tem crescido de maneira acelerada e já alcançou o tamanho da Terra, preocupando cientistas. Qual o verdadeiro risco?
Foto: Unsplash/Javid Naderi
Os cientistas puderam observar que, no dia 20 de agosto de 2022, aquele ponto escuro, chamado de mancha solar, mal existia. No entanto, dois dias depois, cresceu mais de 10 vezes, transformando-se em duas manchas, com núcleos quase tão gandes como o nosso planeta. O ex-estrônomo da NASA, Dr. Tony Phillips, explicou, no SpaceWeather.com, que "tempestades extremas podem estar em iminência".
Foto: Duas manchas solares, 2016, NASA.
Esta mancha solar de crescimento repentino ganhou a nome de AR3085. As letras, em inglês, significam "active region" (região ativa, em português), seguidas por quatro números identificativos.
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São áreas grandes, escuras e mais frias que o restante da superfície solar, como podemos observar nesta imagem aumentada. Mesmo assim, sua temperatura média é bastante alta, o equivalente a 3.700 graus Celsius, enquanto a área à sua volta pode chegar a 5.500 graus.
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Com o potencial de lançar chamas solares e sofrer erupções, a AR3085 pode disparar partículas carregadas de radiação, interferindo na atmosfera terrestre.
A principal preocupação dos cientistas é que estas manchas apontam justamente no sentido da Terra. Robert Cameron, da Sociedade Max Planck, na Alemanha, explica à Deutsche Welle: "Se tivermos uma grande tempestade, ela pode danificar a infraestrutura elétrica no solo, bem como afetar os astronautas que estiverem no espaço".
Além disso, caso aconteça, as partículas lançadas em direção ao nosso planeta interagiriam com nosso campo magnético e representariam um perigo não só para as redes de energia, como também para os satélites. Esta explosão é chamada de ejeção de massa coronal, EMC.
Ejeções de massa coronal são enormes erupções de gás ionizado, a altas temperaturas, que são soprados para longe do sol. O gás expelido pode causar tempestades geomagnéticas, que, quando toca a atmosfera terrestre, prejudica nossos meios de comunicação.
Foto: NASA
As EMC são frequentes quando a superfície do sol está mais ativa. Isso varia conforme o ciclo solar, que é de aproximadamente 11 anos.
Foto: NASA
Estamos agora no Ciclo Solar 25, que começou em dezembro de 2019, segundo a confirmação da NASA, em setembro de 2020.
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Assim, é possível prever quando será o próximo período de maior atividade, chamado de máximo solar. A data estimada é entre novembro de 2024 e março de 2026. Esta variação pode ser medida pelo número e pela intensidade das manchas solares, visíveis em sua superfície.
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Quando o Sol não está muito ativo, durante o mínimo solar, as ejeções de massa coronal, EMC, são raras. Pode haver apenas uma a cada semana. Por outro lado, no máximo solar, é possível observar várias ejeções, todos os dias.
Outra consequência de uma EMC seria a produção de auroras, um fenômeno ótico composto de luzes intensas e brilhantes, observado nos céus noturnos, a olho nu, em altas latitudes.
Muitos turistas planejam suas férias para testemunhar este maravilhoso fenômeno!
Apesar de ter chamado a atenção da comunidade científica mundial, as manchas solares, depois de observadas alguns dias, parecem não representar um grave risco para a Terra. A baixa atividade solar prevista para este período poderia causar apenas apagões de rádio de curta duração.
Foto: NASA
A NASA e outras agências espaciais internacionais monitoram o sol ininterruptamente. Com uma frota de naves, os cientistas estudam sua atmosfera e superfície, e até mesmo o interior do sol, usando instrumentos especiais.
Imagem: NASA
O Sol é o maior objeto de nosso sistema solar. Seu volume é tão grande que, segundo a NASA, precisaríamos de 1,3 milhões de Terras para preenchê-lo.
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O que pode parecer uma ameaça, na verdade, faz parte dos movimentos e fenômenos naturais do nosso universo. O campo magnético e a gravidade do sol são justamente o que mantém o sistema solar unido, em órbita, desde os maiores planetas até os menores pedaços de detritos.