Motivos da demissão de Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia
19 de janeiro de 2023. Jacinda Ardern anuncia sua renúncia em entrevista coletiva. A causa? Ele sente que não tem mais a energia necessária para o cargo de primeira-ministra da Nova Zelândia.
A (ainda) primeira-ministra explica, segundo o The New York Times, que vai embora porque quem governa um país “não pode nem deve fazê-lo sem ter o depósito cheio de combustível e um pouco de reserva para aqueles desafios inesperados”.
Na foto, seu parceiro, Clarke Gayford, que estava presente na entrevista coletiva.
Jacinda Ardern deixará o cargo de primeira-ministra no dia 2 de fevereiro: "Estes foram os cinco anos e meio mais gratificantes da minha vida. Estou saindo porque um trabalho tão privilegiado vem com uma grande responsabilidade."
Na foto, abraça seu companheiro.
Assim, Jacinda Ardern, que manteve, com mão de ferro, uma intensa política de restrição no seu país, na pior época da pandemia de covid-19, poderá dar prioridade a sua família e seus projetos pessoais.
Esta sua política impediu a propagação do vírus, nas primeiras horas, na Nova Zelândia. Foi tida como referência mundial e serviu de inspiração para o que foi feito, posteriormente, em todo o mundo.
Jacinda Ardern, de 42 anos, venceu as eleições na Nova Zelândia em 2017, conquistou os eleitores e, em 2020, foi reeleita.
Jacinda Ardern pertence ao Partido Trabalhista, de esquerda moderada, mas, no mundo, suas ações foram apreciadas por políticos de outras ideologias.
Jacinda Ardern virou primeira-ministra aos 37 anos. Era, na época de sua vitória, a chefe de governo mais jovem do mundo.
Ela mesma definiu-se como social-democrata, republicana, progressista e feminista. Suas políticas incluem importantes medidas sociais, relacionadas à igualdade entre os s e x o s e à liberalização das leis de aborto.
No meio da crise causada pela pandemia, em abril de 2020, Jacinda Ardern anunciou que tanto ela quanto seus ministros cortariam 20% de seus salários, para mostrar "solidariedade" com aqueles que passavam por seu pior momento.
Sua reação diante dos ataques de Christchurch, em 15 de março de 2019, nos quais 51 pessoas morreram após um tiroteio na Mesquita Al Noor e no Centro Islâmico de Linwood, foi digna e respeitosa.
Durante sua visita aos sobreviventes e parentes das vítimas, ela usou um hijab (véu) e ficou no meio deles.
No Parlamento, Jacinda Ardern apresentou uma nova lei que proibiu a venda de armas, em tempo recorde.
A medida afetou a maioria das armas automáticas e semiautomáticas, bem como componentes que modificam as armas existentes.
A primeira-ministra tem uma filha, a pequena Neve Te Aroha Ardern Gayford. Seu nascimento foi um marco pessoal, mas também profissional, já que Jacinda foi a primeira presidenta da história a tirar licença maternidade.
Após retornar ao trabalho, Jacinda levou a filha a alguns eventos públicos.
A primeira vez foi em uma reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2018, quando a menina ainda tinha poucos meses.
O pai de Neve Te Aroha e companheiro de Jacinda Ardern é Clarke Gayford, um rosto conhecido na Nova Zelândia, graças aos programas de TV, 'Fish of the Day' e 'Treasure Island'.
Jacinda Ardern e Clarke Gayford ficaram noivos em 2019, mas, até o momento, ainda não oficializaram a união. Os compromissos profissionais e a pandemia fizeram com que adiassem o casamento.
Após sua renúncia, uma nova etapa se abre para o Partido Trabalhista. A pessoa que sucederá Jacinda Ardern será escolhida no dia 22 de janeiro, em votação interna do partido, e ainda não há favoritos.
Quem ganhar, apresentará sua candidatura às próximas eleições presidenciais da Nova Zelândia, que serão realizadas em 14 de outubro de 2023.