Nova tecnologia revelará mistérios escondidos sob o gelo da Antártida
Algo estranho ocorre nas profundezas da Antártida que tem mudado a forma como seu gelo derrete.
De acordo com uma reportagem da BBC Science Focus Magazine, os fluxos de água e a atividade vulcânica na região têm a ver com o fenômeno.
No entanto, os pesquisadores não sabem ao certo como funciona esse processo, devido à dificuldade de estudar a terra debaixo da camada de gelo.
Tom Jordan, pesquisador sobre a evolução geológica e tectônica da Antártida, tem trabalhado para ajudar a descobrir os mistérios dessa paisagem.
Crédito da foto: Facebook @BritishAntarcticSurvey
Em parceria com o British Antarctic Survey, ele conseguiu mapear o solo que está abaixo da maior geleira da Antártida, a Thwaites, localizada em sua parte ocidental.
O mapeamento revelou que o lugar tinha menos rochas sedimentares do que o esperado, de acordo com a PhysOrg.
A descoberta ajudará os cientistas a compreenderem como o glaciar Thwaites continuará a funcionar nas próximas décadas, facilitando as previsões climáticas futuras.
“Os sedimentos permitem um fluxo mais rápido, como deslizar na lama. Agora que temos um mapa de onde estão os sedimentos escorregadios, podemos prever melhor como a geleira se comportará à medida que recua”, explicou o Dr. Jordan, citado pela PhysOrg.
A partir de agora, o projeto utilizará drones para ajudar a mapear mais áreas do continente gelado.
À BBC Science Focus, o cientista contou, entusiasmado: "A nova tecnologia abrirá muitas portas. Será um projeto realmente emocionante”.
Projetado pela Windracer, o drone ULTRA é uma aeronave autônoma que foi desenvolvida para operar nas difíceis condições climáticas do continente.
Crédito da foto: Twitter @Windracer
O drone utiliza até 90% menos combustível do que os normais. Dr. Jordan explicou que isto é extremamente importante, pois os custos e a contaminação do combustível impediam o estudo geológico do continente.
Crédito da foto: Twitter @Windracer
Os envolvidos acreditam que a nova tecnologia mudará o futuro do monitoramento científico.
Noa Leach observou que o ULTRA permitirá aos geólogos e investigadores construir um mapa detalhado da geologia da Antártida, através de uma digitalização mais abrangente do que está por baixo do gelo.
Crédito da foto: Twitter @Windracer
No futuro, drones ULTRA serão enviados sob a direção da inteligência artificial e poderão fazer um mapeamento por toda a Antártida, fornecendo aos investigadores uma compreensão ainda melhor da geologia do local.
Crédito da foto: Twitter @Windracer
Os primeiros testes serão feitos em uma missão à Antártida, nos primeiros meses de 2024. A equipe passará um mês no continente para garantir que o novo drone tenha sucesso em missões futuras.
Crédito da foto: Twitter @Windracer