Novas declarações russas sobre matar Zelensky geram tensão
O tom do discurso de guerra na Rússia foi, recentemente, elevado pelo círculo próximo ao Kremlin, que propõe, abertamente, o assassinato do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O mais explícito foi Dmitri Medvedev, ex-presidente russo e atual número dois do Conselho de Segurança da Rússia. Ele falou da necessidade da "eliminação física" de Zelensky, em uma postagem no Telegram.
A morte de Zelensky parece ter virado prioridade, após o Kremlin acusar a Ucrânia de um suposto ataque com drones ao Kremlin, na madrugada da última quarta-feira (3).
Por meio de um comunicado, o Kremlin garantiu, imediatamente, que tomará as devidas represálias pelo que considera "um ataque terrorista planejado e um ataque contra o presidente".
Nesta mesma linha, Dmitri Medvedev, de acordo com reportagens do The New York Post e Newsweek, escreveu: “Depois do ataque terrorista de hoje, não há outra opção além da eliminação física de Zelensky e sua equipe”.
Ao mesmo tempo, Vladimir Solovyov, uma estrela da televisão russa e um grande propagandista de Putin, encorajou o assassinato de Zelenski, conforme relatado pelo The Daily Beast.
"Não devemos nos preocupar com qual país (Zelensky) está", disse Solovyov, encorajando os russos pró-Putin a atacar o líder ucraniano sob quaisquer circunstâncias.
Como se não bastasse, o presidente da Duma Estatal, Vyacheslav Volodin, também alertou para os movimentos que a Rússia poderia realizar.
"Exigiremos o uso de armas capazes de deter e destruir o regime terrorista em Kiev. A Rússia responderá de acordo com suas avaliações da ameaça que Kiev criou para a liderança de nosso país", declarou Vyacheslav Volodin.
Por sua vez, o presidente Volodymyr Zelensky negou, enfaticamente, que a Ucrânia estivesse por trás do suposto ataque ao Kremlin.
"Não atacamos Putin. Deixamos isso para a Corte. Lutamos em nosso território. Defendemos nossos prédios e cidades e não temos (material bélico) suficiente para isso. Para nós, isso é um déficit e não podemos gastar isso", disse o líder ucraniano.
A realidade é que o presidente ucraniano é objetivo da Rússia desde, praticamente, o primeiro dia do conflito. The Times noticiou que, já em fevereiro de 2022, houve uma tentativa de infiltrar centenas de combatentes chechenos em Kiev para matar Zelensky.
Essa operação, de acordo com The Times, não teve sucesso. E Zelensky logo tornou-se um líder com uma certa aura de herói indestrutível.
As ameaças diretas contra Zelensky seriam então, graves ou apenas uma forma de intimidar?
Voltando às declarações ameaçadoras do ex-presidente russo Medvedev, podemos encontrar motivos para preocupação: "Zelensky não é necessário para uma rendição incondicional. Hitler, como sabemos, também não assinou (a rendição da Alemanha)".
A referência ao fim de Hitler (que suicidou-se em seu bunker, em Berlim) parece uma declaração de intenções.