O ambicioso plano de Trump para a guerra na Ucrânia
Em março de 2023, Donald Trump fez uma afirmação ousada com relação à guerra na Ucrânia, durante uma entrevista com o apresentador da Fox News, Sean Hannity.
“Se não for resolvido [antes de ser, eventualmente, reeleito], resolverei em 24 horas com Zelensky e com Putin. Há uma negociação muito fácil de realizar. Mas não posso dizer qual, porque, então, não poderei usá-la e nunca funcionará” foram as palavras do ex-presidente.
Donald Trump explicou, na ocasião, que a guerra tinha de ser interrompida, porque a Ucrânia estava a ser destruída.
Em julho de 2023, Trump voltou a falar no assunto, no programa 'Sunday Morning Futures', da Fox News.
Trump disse que, por ter boas relações com os presidentes russo e ucraniano, estava qualificado para negociar um acordo que poria fim à guerra.
“Conheço Zelensky muito bem, conheço Putin muito bem – ainda melhor – e tive um relacionamento muito bom com os dois”, afirmou Trump, acrescentando que diria a Zelensky: “Chega, você tem que fazer um acordo”.
Já a Putin, Trump disse que avisaria: "Se não fizerem um acordo, vamos dar à Ucrânia mais do que alguma vez recebeu. E a guerra terminará''.
Por outro lado, para o presidente húngaro, Viktor Orbán, Trump não colocaria sua promessa em prática, realmente.
“Ele não dará um centavo na guerra Ucrânia-Rússia”, disse Orbán, à mídia estatal húngara, um ano depois das declarações de Trump, com quem se reuniu, na Flórida, recentemente, de acordo com o Politico.
“Portanto, a guerra terminará, porque é óbvio que a Ucrânia não pode manter-se sozinha”, continuou Orbán.
“Se os americanos não derem dinheiro e armas, juntamente com os europeus, a guerra acaba”, disse Orbán. “E se os americanos não derem dinheiro, os europeus sozinhos não poderão financiar esta guerra. E então a guerra acabou.”
Orbán, no entanto, confirmou que Trump tem um plano detalhado para acabar com a guerra e que concorda com os interesses da Hungria.
Em julho de 2023, Zelensky considerou válido o plano de Trump de pôr fim à guerra, a menos que incluísse a renúncia da Ucrânia a qualquer território. Neste caso, Kiev não concordaria, de acordo com Mediaite.
Meses depois, em novembro, Zelensky convidou Trump para ir à Ucrânia. “Se ele puder vir aqui, precisarei de 24 minutos para explicar que ele não pode gerir esta guerra em 24 horas", disse o presidente ucraniano, de acordo com o Washington Post.
Em janeiro de 2024, Zelensky mostrou sua preocupação, em entrevista ao canal Four News, de que Trump pudesse tentar tomar uma atitude unilateral, para acabar com a guerra de uma forma que não funcionaria para o povo ucraniano.
As críticas mais duras de Zelensky a Trump vieram no final de fevereiro de 2024: “Ele não pode resolver isso com Putin e com a Rússia, porque nunca estaremos prontos para ceder o nosso território apenas para o fim da guerra".
“Acho que ele realmente não entende que Putin não vai parar. Ele quer nos ocupar totalmente. É por isso que penso que Donald Trump não conhece Putin”, continuou Zelensky.