Este fenômeno insuportável pode levar ao fim da humanidade ainda neste século
As temperaturas mundiais estão cada vez mais altas e o problema vai além do derretimento das geleiras, aumento do nível do mar e dificuldades na produção de alimentos.
Os seres humanos não conseguirão suportar as condições extremas que se aproximam. É o que afirma o estudo "Calor e umidade severos demais para a tolerância humana", publicado na revista Science em 2020.
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O artigo foi citado pela NASA em 2022 e ressurgiu recentemente, no Brasil, causando furor pela forma que foi interpretado pela mídia.
Muitas foram as manchetes de que o Brasil ficará inabitável em 50 anos, mas, na verdade, o texto da agência espacial menciona apenas algumas regiões específicas do Brasil.
Mesmo assim, o perigo é evidente. O estudo mostrou que a temperatura de bulbo úmido máxima que os humanos podem tolerar é de 35ºC.
O bulbo úmido reflete a quantidade de umidade no ar e indica de forma mais precisa as condições de calor que afetam o conforto e a capacidade de resfriamento do corpo.
Quando a umidade relativa do ar é de 50%, isso corresponde a aproximadamente 45ºC. Ou seja, com o aumento da umidade, a temperatura também aumenta.
Esta medição é mais precisa porque, em ambientes úmidos, a evaporação do suor é dificultada, tornando mais difícil para o corpo manter sua temperatura interna regulada.
Apesar de os humanos terem um sistema avançado de termorregulação, o calor extremo ainda representa um dos maiores riscos naturais, causando dezenas de milhares de mortes, nos eventos mais fatais deste século.
Foto: Unsplash - Nathan-Dumlao
Além disso, os autores ressaltaram também que os efeitos combinados do calor e da umidade vão além dos impactos diretos na saúde, afetando o desempenho das pessoas em diversas atividades e causando amplos impactos econômicos.
Em outras palavras, não há sombra e água fresca que possa aliviar os impactor do calor e da umidade. Quando o limite de temperatura é atingido, e sob exposição contínua, o risco é iminente.
O estudo explicou que, para manter a temperatura interna normal de 36,8°C, a pele precisa estar em torno de 35°C para liberar calor do corpo. Quando a temperatura do ar passa esse limite, o corpo só pode esfriar pelo suor.
Foto: Unsplash - Huum
O grande problema é que se a temperatura de bulbo úmido passa de 35°C, esse método de resfriamento não funciona mais.
Segundo o artigo, modelos climáticos preveem que temperaturas de bulbo úmido de 35°C ocorrerão a partir de meados do século XXI, mas dados de estações meteorológicas mostram que algumas áreas costeiras subtropicais já registraram esse nível.
Além disso, de acordo com os autores, a frequência de calor úmido extremo mais que dobrou desde 1979. Já a ocorrência de temperaturas um pouco abaixo do ponto crítico (entre 32ºC e 35ºC) triplicou nos últimos 40 anos, relatou o site UOL.
Outro fator relevante é que as condições ideais de repouso, sombra e hidratação quase nunca estão presentes, aumentando os riscos. As regiões afetadas pelas ondas de calor devastadoras na Europa em 2003 ou na Rússia em 2010, por exemplo, registraram valores de temperatura de bulbo úmido até 28°C.
Os resultados indicam que, dependendo do cenário de emissões, a temperatura do ar pode superar regularmente 35°C em partes do sul da Ásia e do Oriente Médio, até o final do século XXI.
No Brasil, as temperaturas mais extremas foram observadas em três locais: Marabá, no Pará, com uma temperatura de bulbo úmido de 33,6ºC; Cabo Frio, no Rio de Janeiro, com 33,4ºC; e Tefé, no Amazonas, registrou 31,9ºC, segundo relato do UOL.
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