O projeto multimilionário da Malásia que virou cidade fantasma
Situada em Johor, no extremo sul da Malásia, Forest City é um megaprojeto de 100 bilhões (em escala americana) de dólares, planejado para ser uma metrópole paradisíaca.
Forest City deveria ter uma população de 700 mil pessoas, em quatro ilhas urbanas, até 2035, de acordo com o meio de comunicação. Mas a realidade é muito diferente disso.
Os preços de venda dos imóveis eram inacessíveis para a maioria dos malaios, mas para os compradores chineses, a propriedade seria um investimento, que poderia ser alugado à população local.
Foto: Kishor/Unsplash
Em 2018, o então primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad (foto), restringiu os vistos para compradores chineses, alegando que era contra uma "cidade construída para estrangeiros".
Forest City foi projetada para ter um campo de golfe, um parque aquático, escritórios, bares e restaurantes, mas as restrições fronteiriças durante a pandemia de covid-19, bem como os outros fatores mencionados, resultaram na falta de compradores. Apenas 10% do projeto foi concretizado, de acordo com Al Jazeera.
“No shopping, há um trem infantil vazio, que dá voltas intermináveis pelo shopping, enquanto toca a canção 'cabeça, ombro, joelho e pé' em chinês”, escreveu o correspondente asiático, Nick Marsh, em um artigo da BBC.
"Sentados no estande de vendas, os funcionários mostram uma aparência entediada. A placa acima deles diz: 'Forest City: onde a felicidade nunca acaba'", contou Marsh, sobre a cena irônica.
O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, anunciou, em agosto de 2023, que fará da região um lugar com benefícios financeiros, com incentivos que incluem vistos de entradas múltiplas e taxas especiais de imposto de renda, por exemplo.
Mas, apesar das iniciativas, Forest City enfrenta um futuro incerto, devido às dívidas crescentes dos promotores imobiliários chineses, em meio a uma crise imobiliária nacional. Ainda não se sabe se a "cidade fantasma" poderá ser trazida de volta à vida.