O que implica para o usuário a compra da MGM pela Amazon?
A Amazon comprou a Metro Goldwyn Mayer, a renomada produtora de cinema em cuja abertura dos seus filmes aparece o mítico leão rugindo. A empresa fundada por Jeff Bezos desembolsou 8,45 bilhões de dólares no negócio.
Os estúdios MGM são a grande fábrica de sucessos de bilheteria desde os anos 1920. 'E o Vento Levou', 'Thelma & Louise' (foto), 'Terminator', 'Rocky', 'Misery' e os filmes de James Bond são alguns deles.
A MGM procurava um bom licitante há muito tempo, devido a seus problemas financeiros. Em 2010, declarou falência e acumulava enormes dívidas. A partir desse momento, investidores especulativos entraram em sua participação: o fundo Anchorage Capital é o controlador majoritário da empresa.
A mudança no modelo de negócios do setor audiovisual provocou uma crise profunda na MGM. O streaming rompeu a lógica das empresas que ainda vivem dos resultados nos cinemas e a pandemia fechou as salas, interrompendo suas rendas.
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O adiamento da estreia de '007 - Sem Tempo para Morrer', por exemplo, frustou a aposta da MGM em um grande sucesso de bilheteira. A ocupação dos cinemas ainda sofre restrições em muitos países. Além disso, muita gente ainda prefere evitar permanecer em lugares fechados.
Com a compra da MGM, a Amazon adquire um imenso catálogo de cinema clássico para aumentar sua oferta. De qualquer forma, grande parte da filmografia da produtora está disponível em diversas plataformas de streaming.
Quem também estava na disputa para adquirir a MGM eram a Disney, que parecia um forte competidor, a Apple e a Netflix.
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A batalha por conteúdo é evidente em um momento em que o streaming emergiu como a indústria central do entretenimento. A produção de séries, filmes e documentários é massiva e lembra a época em que os grandes estúdios de Hollywood exportavam dezenas de filmes ao mês para o mundo inteiro.
Na verdade, o setor está em processo de compra e venda: a Fox já foi adquirida pela Disney, a Universal pela Comcast e a Warner Bros pela AT&T.
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A Netflix é a rainha do streaming, mas a Amazon Prime Video está cada vez mais perto de alcançar o mesmo sucesso. Em abril de 2021, calculava-se que esta reunia 200 milhões de assinantes, quase o mesmo número da concorrente, que tem 208 milhões. A compra da MGM pode atrair mais público em busca dos tesouros do cinema.
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A compra da Metro Goldwyn Mayer é a segunda transação mais cara realizada pela Amazon. A empresa de Bezos só gastou mais dinheiro para apropriar-se da rede de supermercados Whole Foods, na qual investiu US $ 13,7 bilhões.
Com esta compra, a Amazon passa a ter a sua disposição um total de, aproximadamente, 4 mil filmes, segundo o The New York Times. Um extenso catálogo de clássicos e obras comerciais de todos os tempos. Entretanto, 'Cantando na Chuva' ('Serenata à Chuva', em Portugal), e o 'O Mágico de Oz', por exemplo, foram vendidas a Ted Turner para seu canal TCM.
Louis B. Mayer (foto) fundou a empresa em 1918, quando a indústria cinematográfica era um sonho em construção. Ele levantou um império que, ao longo dos anos, parecia indestrutível. Mas até os impérios caem.
"Mais estrelas, o paraíso", esse era seu lema quando assinou contratos exclusivos com estrelas como Clark Gable, Greta Garbo (foto), Spencer Tracy, Elizabeth Taylor, Gene Kelly, James Stewart e Jean Harlow, entre outras.
Os últimos anos não foram particularmente bons para a MGM, que lançou títulos que fracassaram em bilheteria ou não tiveram resultados artísticos relevantes. Entre as novidades da MGM estão 'Gretel & Hansen' (foto), 'Respect – A História de Aretha Franklin' e 'Creed II'.
Por outro lado, a MGM iniciou as gravações de 'House of Gucci', um filme com Lady Gaga e Adam Driver que tem causado desconforto na família Gucci. Resta esperar seu lançamento e o que dirá a crítica.