Por que a Rússia quer eliminar certos empresários da Europa?
O empresário alemão Armin Papperger conta um esquema de segurança como poucos. Guarda-costas, carro de polícia na porta do trabalho e verificações de exaustivas para seus visitantes. Entretanto, a Rússia planejava assassiná-lo.
O plano foi descoberto pela inteligência dos Estados Unidos, no início deste ano, segundo a CNN. A rede de notícias obteve a informação através de cinco autoridades americanas e ocidentais “familiarizadas com o episódio”.
Armin Papperger, de 61 anos, é o maior e mais bem-sucedido fabricante alemão de projéteis de artilharia de 155 mm usados na guerra da Ucrânia. E ele não era o único alvo do plano russo.
De acordo com a CNN, vários executivos da indústria de defesa, em toda a Europa, que apoiam a Ucrânia, estavam na mira. Aparentemente, o plano envolvendo Armin Papperger era o mais avançado.
Segundo a BBC, o chanceler alemão, Olaf Scholz, não comentou diretamente a descoberta da conspiração contra Papperger, mas sublinhou que já se sabia que a Alemanha estava exposta a uma série de ameaças russas, às quais se estava prestando muita atenção.
Em abril, Armin Papperger sofreu um ataque na sua casa de verão e, desde então, tem sido sempre acompanhado por agentes da polícia nas suas aparições públicas, noticia o El País. A casa foi incendiada, mas as investigações não ligaram o ataque a ações russas.
De acordo com a reportagem da CNN, a Rússia tem travado uma campanha de sabotagem há mais de seis meses, muitas vezes através de intermediários que recrutam cidadãos locais. As ações vão desde incêndios criminosos em armazéns de armas para a Ucrânia até pequenos atos de vandalismo.
No início desta semana, um alto funcionário da OTAN disse à BBC que a Rússia estava “envolvida em operações secretas agressivas envolvendo sabotagem, incêndio criminoso e planos de assassinato com o objetivo de enfraquecer o apoio público à Ucrânia”. A Rússia negou a informação.
A Rheinmetall tem mais de 30.000 trabalhadores em mais de 100 países. O seu volume de negócios em 2023 foi de 7,2 bilhões (em escala americana) de euros e, graças à guerra na Ucrânia, este volume deverá aumentar 40% este ano, segundo o El País. Papperger preside a empresa desde 2013.
O gigante alemão da defesa produz grande parte do material militar criado pela Alemanha e consumido pelo Exército Ucraniano. Entre as armas estão o famoso tanque Leopard, os veículos de combate de infantaria Marder e os já mencionados projéteis de artilharia de 155 milímetros, conforme noticiado pelo jornal 20minutos. Agora, a empresa está a construir uma fábrica em território ucraniano.