Próxima pandemia pode ser provocada por estes patógenos

A Organização Mundial da Saúde publicou, recentemente, um relatório no qual lista 30 patógenos com potencial de desencadear uma nova pandemia. 

O relatório da OMS, que é uma versão atualizada de outros publicados em 2015 e 2017, reúne o conhecimento de mais de 200 cientistas de mais de 50 países.

De acordo com Ana Maria Henao Restrepo, líder do Projeto de P&D para Epidemias da Organização Mundial da Saúde, o “processo de priorização ajuda a identificar lacunas críticas de conhecimento que precisam ser abordadas com urgência”, relatou a Scientific American.

Os patógenos adicionados à lista são altamente transmissíveis e virulentos e têm acesso limitado a vacinas ou tratamentos, de acordo com a Scientific American.

A nova lista não apenas selecionou patógenos individuais, mas também famílias inteiras de vírus e bactérias.

“Esta estratégia reforça a capacidade de responder eficientemente a variantes imprevistas, patógenos emergentes, transmissões zoonóticas e ameaças desconhecidas, como o 'Patógeno X'”, explica o relatório.

E continua: “Ele também enfatiza a necessidade de rápida identificação e caracterização de ameaças emergentes, a simplificação dos esforços globais de P&D, por meio de roteiros de pesquisa colaborativos e eficientes e a integração da pesquisa na resposta a surtos e pandemias”.

Entre os mais preocupantes dos mais de 1.652 patógenos citados no relatório, mais de 30 faziam parte de um grupo de coronavírus conhecidos como Sarbecovírus, que inclui o SARS-Cov-2 e o Merbecovírus.

O Merbecovirus causa a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS). No entanto, pode ser menos preocupante do que o vírus da varíola dos macacos, que gerou um surto em 2022, na África Central.

O vírus da varíola é parente do vírus da varíola dos macacos e está na lista de patógenos prioritários, devido ao número de pessoas que não estão mais sendo vacinadas contra ele e ao seu potencial para ser usado em um ataque terrorista.

Mais de meia dúzia de tipos de Influenza A também estão na nova lista de patógenos prioritários, bem como cinco bactérias recém-adicionadas, incluindo cepas de peste, cólera, disenteria, diarreia e pneumonia.

Dois vírus de roedores foram adicionados à lista, por sua capacidade de passar aos humanos. 

As mudanças climáticas e o aumento da urbanização também aumentaram os riscos de transmissão rápida destes vírus entre as pessoas.

A maioria dos patógenos prioritários não está localizada em apenas uma área do mundo e tem a capacidade de se espalhar globalmente, de acordo com a virologista do Instituto Pirbright, Naomi Forrester-Soto.

Forrester-Soto, que contribuiu para algumas das análises do documento,  observou: "Não há realmente nenhum lugar que esteja em maior risco", um fato que pode tornar a lista de patógenos prioritários ainda mais preocupante.

A covid-19 mostrou a devastação que as pandemias globais podem causar na sociedade, e prevê-las é de extrema importância.