O país com menos carga tributária da União Europeia
Os Estados-membros da União Europeia (UE) estão unidos num mercado único no qual as pessoas e os capitais circulam livremente.
Apesar desta unificação, cada país mantém o seu próprio sistema tributário, o que cria variações significativas entre eles.
Continue na galeria para saber quais países europeus têm a tributação mais competitiva e quais os menos favoráveis neste sentido!
Com uma taxa de deduções obrigatórias igual a 45,6% do PIB em 2023, a França é o país mais tributado da União, seguida pela Bélgica (44,8%) e pela Dinamarca (44,1%), segundo dados do Eurostat.
No outro extremo da escala, encontramos a Irlanda (22,7% do PIB), que tem impostos sobre as empresas muito baixos, bem como a Romênia (27%) e Malta (27,1%).
Em toda a UE, a parcela das deduções obrigatórias corresponde a 40% da riqueza produzida, um valor ligeiramente superior na zona euro (40,6%).
Especificamente no que diz respeito ao imposto sobre o rendimento das pessoas físicas, a Dinamarca liderou em 2022, com uma média de 55,9% do rendimento tributado, segundo a Euronews.
Foto: Markus Winkler/Unsplash
Este país é seguido pela Áustria (55%), Portugal (53%), Suécia (52,3%) e Bélgica (50%). A ausência da França pode ser explicada pela sua tendência de dar prioridade à tributação das empresas.
Em contrapartida, a tributação do rendimento familiar é particularmente baixa em alguns países da UE, como a Romênia e a Bulgária (10% cada).
A pergunta pode parecer estranha, mas a Dinamarca foi mais uma vez classificada como o segundo país mais feliz do mundo pelo Relatório Mundial de Felicidade de 2023, apesar de uma carga fiscal significativa sobre os seus cidadãos.
A explicação é que os dinamarqueses sentem que estão recebendo aquilo pelo que pagaram. Por exemplo, o ensino superior é em grande parte gratuito e os pais têm direito a 52 semanas de licença parental, 32 das quais pagas pelo Estado, lembra a Euronews.
Foto: Alexander Dummer/Unsplash
Um contribuinte belga é tributado em 45% acima de 24.480 euros de rendimento anual e em 50% acima de 42.370 euros. A isto acrescenta-se uma taxa de contribuição para a segurança social de cerca de 13%. Os belgas podem, portanto, receber dedução de mais de 60% do seu rendimento!
Porém, as comparações são difíceis, pois cada país possui alíquotas, tipos de impostos e estruturas diferentes. Para tentar ver as coisas com mais clareza, a Tax Foundation, um think tank americano, estabeleceu um ranking de competitividade dos sistemas fiscais.
Publicado em outubro de 2024, o relatório coloca a Estônia em primeiro lugar no mundo pelo décimo primeiro ano consecutivo.
O documento cita “as taxas de 20% aplicadas por Tallinn ao rendimento empresarial e pessoal, bem como um imposto predial que tem em conta o valor do terreno e não o investimento”, detalha a Euronews.
Outros dois países bálticos, a Letônia e a Lituânia, também estão bem classificados, em segundo e quinto lugares, respetivamente.
Suíça e Luxemburgo, dois famosos paraísos fiscais localizados no coração do continente europeu, também são favorecidos no ranking, alcançando o quarto e sexto lugares respetivamente.
Classificados em 36º e 37º, a França e a Itália são, por outro lado, os estados menos competitivos da Europa em matéria de tributação. O relatório critica Roma em particular pelas suas “múltiplas distorções dos impostos sobre a propriedade”.
“O capital é muito móvel. As empresas podem optar por investir em qualquer país do mundo para encontrar a taxa de retorno mais elevada”, conclui o relatório, que sublinha que a tributação competitiva promove a actividade econômica.
Para evitar perdas excessivas nas receitas fiscais associadas à mobilidade empresarial, os países da OCDE acordaram no princípio de uma taxa mínima de imposto sobre as empresas de 15% em escala mundial.
Enquanto aguarda a sua implementação, fica a pergunta: a Europa vai convergir os seus sistemas fiscais para garantir uma concorrência leal e receitas suficientes para os Estados? Este projeto será sem dúvida um dos mais difíceis de se levar adiante.
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